Quem me conhece sabe que ando sempre ocupado, ora ensaiando, ora fazendo show com alguma das minhas bandas, ora gravando etc.. Mas houve um período de cerca de três anos, entre 2014 e 2016, no qual tive pouca ou nenhuma atividade musical - e foi um período bastante difícil, que me trouxe várias dúvidas quanto ao futuro da minha carreira.
Esses foram os três anos os quais chamo de "sabáticos", no sentido de parecerem "repletos de sábados" - em outras palavras: sem compromissos, sem atividade alguma. Tudo começou um pouco antes, quando deixei a banda Mr. Breeze na segunda metade de 2013, naquela época alegando estar cansado de bandas e querendo desenvolver novos projetos. Eu tinha uma ideia de começar a trabalhar sozinho, compondo trilhas para teatro, cinema e TV, fazendo jingles, essas coisas - não preciso dizer que logo senti falta da adrenalina do palco e a ideia não foi adiante. Assim que saí da Mr. Breeze, já houve anúncio procurando por novo tecladista, aí não havia mais como voltar atrás.
Então, decidi que era hora de reavaliar minha vida e ver se eu não estava forçando muito a barra comigo mesmo. Assim que entrou 2014, tive várias metas, das quais não lembro agora, mas sei que nenhuma delas era musical. Tudo o que eu queria era começar a colocar os pingos nos is, pois eu já estava prestes a completar 31 anos e havia prometido para mim mesmo que até os 40 eu estaria bem estabelecido e com tudo em seu devido lugar (leia-se: casa, carro, esposa...). Ledo engano... O ano de 2014 marcou o início de um longo período de inatividade, falta de perspectivas, abuso da alimentação (que me levou à obesidade mórbida, da qual me curei definitivamente na segunda metade de 2018), enfim... Foi um período terrível em termos profissionais, com quase nada de bom acontecendo, salvo pouquíssimas exceções.
Em 2014, minhas únicas atividades musicais efetivas foram breves apresentações em eventos no Salão de Atos do Colégio La Salle, em Canoas-RS, e no Hotel Ritter, em Porto Alegre-RS, este último acompanhando uma jovem cantora. Fotos abaixo:
Esses foram os três anos os quais chamo de "sabáticos", no sentido de parecerem "repletos de sábados" - em outras palavras: sem compromissos, sem atividade alguma. Tudo começou um pouco antes, quando deixei a banda Mr. Breeze na segunda metade de 2013, naquela época alegando estar cansado de bandas e querendo desenvolver novos projetos. Eu tinha uma ideia de começar a trabalhar sozinho, compondo trilhas para teatro, cinema e TV, fazendo jingles, essas coisas - não preciso dizer que logo senti falta da adrenalina do palco e a ideia não foi adiante. Assim que saí da Mr. Breeze, já houve anúncio procurando por novo tecladista, aí não havia mais como voltar atrás.
Então, decidi que era hora de reavaliar minha vida e ver se eu não estava forçando muito a barra comigo mesmo. Assim que entrou 2014, tive várias metas, das quais não lembro agora, mas sei que nenhuma delas era musical. Tudo o que eu queria era começar a colocar os pingos nos is, pois eu já estava prestes a completar 31 anos e havia prometido para mim mesmo que até os 40 eu estaria bem estabelecido e com tudo em seu devido lugar (leia-se: casa, carro, esposa...). Ledo engano... O ano de 2014 marcou o início de um longo período de inatividade, falta de perspectivas, abuso da alimentação (que me levou à obesidade mórbida, da qual me curei definitivamente na segunda metade de 2018), enfim... Foi um período terrível em termos profissionais, com quase nada de bom acontecendo, salvo pouquíssimas exceções.
Em 2014, minhas únicas atividades musicais efetivas foram breves apresentações em eventos no Salão de Atos do Colégio La Salle, em Canoas-RS, e no Hotel Ritter, em Porto Alegre-RS, este último acompanhando uma jovem cantora. Fotos abaixo:
Pensem no que é isso para quem estava acostumado com a correria dos palcos quase todo dia: ter DOIS eventos durante TODO o ano. DOIS dias tocando e todo o resto do ano parado. Oh céus... A terapia para mim foi tentar criar vídeos musicais - coisa que passei a fazer naquele ano e venho fazendo até hoje, sempre que possível (embora atualmente não seja mais tão possível assim em função da agenda e de outros fatores).
Tudo de pior aconteceu durante esse período, em se tratando de carreira. Eu me sentia desvalorizado, esquecido, deixado de lado, abandonado pelo mercado musical, e estava pronto para desistir de tudo e começar a trabalhar em outra área - no caso, TI. Em 2015 me inscrevi num curso superior da área no IFRS, visando "mudar de vida" (como falei no dia da minha apresentação à turma). Nesse meio-tempo, um dos professores ficou sabendo do meu background como graduado em Música pela UFRGS e já me convidou para um projeto no IFRS, chamado CODES ou algo assim, que envolvia música e inteligência artificial. Aceitei o convite num primeiro momento, mas depois, lá dentro, percebi que faltava algo. Tá, OK, tinha música ali, mas... Cadê aquele público curtindo? Cadê aqueles colegas ao meu lado, unidos pela energia positiva emanada dos instrumentos? Era tudo tão artificial, tão "computadorístico"... Qual o sentido de lidar com música assim?
Resultado: pedi para sair, não apenas do projeto, mas do curso como um todo. Não durei duas semanas no IFRS.
Passaram-se vários meses, e eu sem saber o que fazer da vida, escanteado pelo mercado musical, continuava na mesma, sem futuro, vivendo apenas com uma pequena ajuda financeira voluntária vinda dos meus pais (pensa no que é isso para alguém que já tinha 32 anos e parecia nunca sair do lugar...). Chegou o Natal, e a tradicional festa natalina da família; eu não tinha um pingo de ânimo para estar na mesma. Minha participação no amigo secreto foi desastrosa, eu não queria estar ali. Mas tudo mudou de repente quando uma das minhas irmãs me presenteou com algo bem original: um quadro repleto de fotos minhas tocando. Esse que aparece no canto superior direito da foto abaixo:
Tudo de pior aconteceu durante esse período, em se tratando de carreira. Eu me sentia desvalorizado, esquecido, deixado de lado, abandonado pelo mercado musical, e estava pronto para desistir de tudo e começar a trabalhar em outra área - no caso, TI. Em 2015 me inscrevi num curso superior da área no IFRS, visando "mudar de vida" (como falei no dia da minha apresentação à turma). Nesse meio-tempo, um dos professores ficou sabendo do meu background como graduado em Música pela UFRGS e já me convidou para um projeto no IFRS, chamado CODES ou algo assim, que envolvia música e inteligência artificial. Aceitei o convite num primeiro momento, mas depois, lá dentro, percebi que faltava algo. Tá, OK, tinha música ali, mas... Cadê aquele público curtindo? Cadê aqueles colegas ao meu lado, unidos pela energia positiva emanada dos instrumentos? Era tudo tão artificial, tão "computadorístico"... Qual o sentido de lidar com música assim?
Resultado: pedi para sair, não apenas do projeto, mas do curso como um todo. Não durei duas semanas no IFRS.
Passaram-se vários meses, e eu sem saber o que fazer da vida, escanteado pelo mercado musical, continuava na mesma, sem futuro, vivendo apenas com uma pequena ajuda financeira voluntária vinda dos meus pais (pensa no que é isso para alguém que já tinha 32 anos e parecia nunca sair do lugar...). Chegou o Natal, e a tradicional festa natalina da família; eu não tinha um pingo de ânimo para estar na mesma. Minha participação no amigo secreto foi desastrosa, eu não queria estar ali. Mas tudo mudou de repente quando uma das minhas irmãs me presenteou com algo bem original: um quadro repleto de fotos minhas tocando. Esse que aparece no canto superior direito da foto abaixo:
Esse presente me surpreendeu demais, e foi esse gesto da minha irmã que deixou tudo claro para mim: não adiantava eu querer escapar daquilo que sempre fui, daquilo que é minha essência, apenas porque passei por adversidades na carreira. Qual era o motivo de largar tudo para correr atrás de algo que não era meu? Esse quadro me fez refletir sobre isso e muitos outros pontos que eu não tinha pensado antes, por tentar a todo custo me ajustar àquilo que eu achava que convinha à família, à sociedade e ao mundo em geral. Abandonar tantos anos dedicados à música seria auto-traição.
Enquanto eu estava bem parado em 2015, também aproveitei para criar minha página de músico no Facebook, a qual mantenho até hoje.
Então, as coisas começaram a mudar lentamente em 2016, quando recebi convite para participar de um projeto de banda de pop reggae na minha cidade, inicialmente chamada Une-O-Verso, depois Tavahua. No mesmo ano, ainda em janeiro, recebi convite para outro projeto, chamado "A Banda e o Vinícius", majoritariamente autoral, com um ex-colega de Necessidade Humana, Vinícius Oliveira. Ainda em 2016 fui convidado para fazer parte de uma terceira banda, Broken Lies, um tributo ao Evanescence, comandado por uma ex-colega de UFRGS, Eva de Quadros. O simples fato de ser convidado a integrar essas três bandas foi como um "ALELUIA!!!" para mim. Eu não aguentava mais a estagnação, e isso era tudo o que eu precisava para me reanimar.
Enquanto eu estava bem parado em 2015, também aproveitei para criar minha página de músico no Facebook, a qual mantenho até hoje.
Então, as coisas começaram a mudar lentamente em 2016, quando recebi convite para participar de um projeto de banda de pop reggae na minha cidade, inicialmente chamada Une-O-Verso, depois Tavahua. No mesmo ano, ainda em janeiro, recebi convite para outro projeto, chamado "A Banda e o Vinícius", majoritariamente autoral, com um ex-colega de Necessidade Humana, Vinícius Oliveira. Ainda em 2016 fui convidado para fazer parte de uma terceira banda, Broken Lies, um tributo ao Evanescence, comandado por uma ex-colega de UFRGS, Eva de Quadros. O simples fato de ser convidado a integrar essas três bandas foi como um "ALELUIA!!!" para mim. Eu não aguentava mais a estagnação, e isso era tudo o que eu precisava para me reanimar.
Não participei de shows com nenhuma dessas três bandas, mas as mesmas foram catalisadoras para tudo o que viria a partir do ano seguinte. Aliás, se as coisas deram um indício de recomeço em 2016, posso dizer que 2017 foi, definitivamente, o ano em que minha carreira finalmente recomeçou de onde havia parado. Mas isso é assunto para outra postagem...
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