Vida de músico é uma coisa complicada. Todos passam por altos e baixos, e às vezes até bate o desespero - exatamente o contrário do que muito se vê na mídia, que toda hora enche nossos rádios, TVs, computadores e smartphones de notícias sobre bandas e artistas cujas vidas parecem ser de puro luxo, glamour e facilidade. Ora, ali está apenas uma pequeníssima fração do que realmente acontece no dia-a-dia deles. Quem disse que nunca ninguém ali alguma vez questionou o que estava fazendo e pensou se não seria melhor fazer de outro jeito, ou mesmo abandonar tudo e passar a levar uma vida simples? Vai saber...
Isso acontece com qualquer artista, em qualquer área, não apenas na música. E não é necessário recorrer ao showbizz e ao mainstream para dar exemplos, pois a história que tenho a contar envolve um colega músico, aqui pertinho. Aliás, não apenas um colega músico, mas um amigo de longa data. Não direi seu nome aqui porque quero manter sua privacidade - apenas darei uma pista: é baterista.
Não é a primeira vez que o vejo constatar, seja no Twitter, no Instagram ou em qualquer outra rede social da qual ele participe, que as coisas andam muito difíceis, que a vida anda muito chata etc.. Isso me preocupa, pois ele é um cara ainda jovem e com muita estrada pela frente. Já tocou em diversos momentos, com várias bandas, inclusive uma da qual também participei como tecladista há um bom tempo atrás. Nos seus ainda vinte e poucos anos, já acumulou uma experiência notável, talvez até maior que a minha - sendo que já estou nos meus trinta e três. É ruim para mim e para outros colegas vê-lo abatido assim, com esse provável princípio de depressão.
Não sei se ele está lendo esse texto agora, mas se estiver, saiba de uma coisa: a vida é feita de bons e maus momentos. Não existe vida perfeita - e, sendo artista, muito menos. Artistas sofrem demais às vezes, mas isso faz parte do processo evolutivo.
Veja bem meu exemplo: passei esses três últimos anos, de 2014 a 2016, praticamente parado, sem nenhum trabalho musical "sério" (no sentido de algo contínuo e garantido, que me fizesse ensaiar em estúdio, subir no palco, fazer shows e receber cachê). Eu teria todos os motivos para reclamar, ficar desesperado, talvez até mergulhar numa depressão sem limites, mas não foi o que aconteceu. Fiquei tranquilo e aproveitei esse tempo para muitas coisas: reorganizar meu home studio, compor (coisa que havia tempos eu não fazia), treinar (quando dava), experimentar novos timbres e recursos nos meus instrumentos, dentre outras. Até minha página no Facebook surgiu nesse período: brincando, brincando, graças a essa página - e a esse tempo afastado dos palcos e estúdios - consegui me lembrar de diversos aspectos da minha carreira que já estavam um tanto quanto esquecidos.
Esse foi um período que, se por um lado fiquei parado, por outro serviu para que eu pudesse fazer uma lista de coisas que antes não dava tempo. E também foi necessário para eu me reciclar e estar pronto para voltar com tudo no próximo ano.
Então, meu amigo baterista que não sei se está lendo isso nesse momento: você pode estar achando a vida chata e coisa e tal, talvez por falta de uma atividade musical mais intensa ou sei lá, mas pense bem: não seria chegada a hora de, aproveitando esse momento, fazer uma reflexão e ver se não é hora de uma reciclagem? Que tal verificar se todas as peças do kit de bateria estão OK? Que tal disponibilizar o kit de outra maneira? Que tal fugir um pouco do lugar-comum de treinos de rudimentos e levadas e tentar algo diferente, como compor (sim, bateristas também compõem)? Que tal, se o atual trabalho não lhe agrada, formar uma banda própria? Que tal arriscar outros gêneros musicais? Há muito o que se pode fazer quando tudo parece não andar.
Lembre-se que mesmo os artistas de maior renome internacional também tiveram seus dias de agonia e questionamentos. Isso não é exclusividade minha, nem sua, nem de qualquer músico local. O importante é superar o ostracismo, aproveitar esse tempo para uma boa reorganização das coisas, depois respirar fundo e estar pronto para os próximos desafios. Não é?
E para finalizar: joga fora essa tristeza e manda ver nesses bumbo, caixa, tons, chimbau e pratos, porque isso tu sabe fazer, e muito bem...
Isso acontece com qualquer artista, em qualquer área, não apenas na música. E não é necessário recorrer ao showbizz e ao mainstream para dar exemplos, pois a história que tenho a contar envolve um colega músico, aqui pertinho. Aliás, não apenas um colega músico, mas um amigo de longa data. Não direi seu nome aqui porque quero manter sua privacidade - apenas darei uma pista: é baterista.
Não é a primeira vez que o vejo constatar, seja no Twitter, no Instagram ou em qualquer outra rede social da qual ele participe, que as coisas andam muito difíceis, que a vida anda muito chata etc.. Isso me preocupa, pois ele é um cara ainda jovem e com muita estrada pela frente. Já tocou em diversos momentos, com várias bandas, inclusive uma da qual também participei como tecladista há um bom tempo atrás. Nos seus ainda vinte e poucos anos, já acumulou uma experiência notável, talvez até maior que a minha - sendo que já estou nos meus trinta e três. É ruim para mim e para outros colegas vê-lo abatido assim, com esse provável princípio de depressão.
Não sei se ele está lendo esse texto agora, mas se estiver, saiba de uma coisa: a vida é feita de bons e maus momentos. Não existe vida perfeita - e, sendo artista, muito menos. Artistas sofrem demais às vezes, mas isso faz parte do processo evolutivo.
Veja bem meu exemplo: passei esses três últimos anos, de 2014 a 2016, praticamente parado, sem nenhum trabalho musical "sério" (no sentido de algo contínuo e garantido, que me fizesse ensaiar em estúdio, subir no palco, fazer shows e receber cachê). Eu teria todos os motivos para reclamar, ficar desesperado, talvez até mergulhar numa depressão sem limites, mas não foi o que aconteceu. Fiquei tranquilo e aproveitei esse tempo para muitas coisas: reorganizar meu home studio, compor (coisa que havia tempos eu não fazia), treinar (quando dava), experimentar novos timbres e recursos nos meus instrumentos, dentre outras. Até minha página no Facebook surgiu nesse período: brincando, brincando, graças a essa página - e a esse tempo afastado dos palcos e estúdios - consegui me lembrar de diversos aspectos da minha carreira que já estavam um tanto quanto esquecidos.
Esse foi um período que, se por um lado fiquei parado, por outro serviu para que eu pudesse fazer uma lista de coisas que antes não dava tempo. E também foi necessário para eu me reciclar e estar pronto para voltar com tudo no próximo ano.
Então, meu amigo baterista que não sei se está lendo isso nesse momento: você pode estar achando a vida chata e coisa e tal, talvez por falta de uma atividade musical mais intensa ou sei lá, mas pense bem: não seria chegada a hora de, aproveitando esse momento, fazer uma reflexão e ver se não é hora de uma reciclagem? Que tal verificar se todas as peças do kit de bateria estão OK? Que tal disponibilizar o kit de outra maneira? Que tal fugir um pouco do lugar-comum de treinos de rudimentos e levadas e tentar algo diferente, como compor (sim, bateristas também compõem)? Que tal, se o atual trabalho não lhe agrada, formar uma banda própria? Que tal arriscar outros gêneros musicais? Há muito o que se pode fazer quando tudo parece não andar.
Lembre-se que mesmo os artistas de maior renome internacional também tiveram seus dias de agonia e questionamentos. Isso não é exclusividade minha, nem sua, nem de qualquer músico local. O importante é superar o ostracismo, aproveitar esse tempo para uma boa reorganização das coisas, depois respirar fundo e estar pronto para os próximos desafios. Não é?
E para finalizar: joga fora essa tristeza e manda ver nesses bumbo, caixa, tons, chimbau e pratos, porque isso tu sabe fazer, e muito bem...
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