Novas perspectivas musicais para 2017



Recentemente, pensando nesses três últimos anos, nos quais fiquei praticamente parado, resolvi por a+b que voltaria a estudar piano erudito. Afinal, meu começo musical foi aí. Tive diversos professores de piano e tal, estudei dos 7 aos 19 anos, direto... Até considerei fazer Bacharelado em Piano naquele tempo.
Mas a vida é uma incógnita.
Assim que fui fazer minha inscrição no vestibular de Música da UFRGS, lá em 2001, por algum motivo escolhi Composição no lugar de Piano - o que me afetou em definitivo, pois daí em diante passei a tocar quase que exclusivamente música popular, ao piano e aos teclados, e geralmente com banda. Mas se por um lado o foco erudito se perdeu, por outro percorri diversos lugares, no RS, na Argentina e no Uruguai; conheci um bocado de gente bacana, muitos ainda amigos até hoje; desenvolvi a capacidade de me adaptar a outros músicos, tornando-me pianista acompanhador; aprendi a lidar com gravação, mixagem, MIDI, áudio etc.; saí daquela rigidez imposta pela partitura e levei tudo por um lado bastante natural, sem virtuosismos e perfeccionismos. Enfim, perdi a parte erudita da coisa, mas a perda foi compensada por todos esses fatores citados e muito mais.
Mesmo que eu ainda saiba ler partituras; que eu consiga recuperar a forma passando um bom tempo com exercícios de escalas, arpejos e afins; que eu me feche no meu quarto com treinos diários de 6 a 8 horas; que eu contrate um professor de piano erudito para me ajudar... Não tem jeito. Por mais que eu aprecie muito o erudito, vi que meu forte mesmo É o popular. E nada melhor que seguir em frente por esse caminho.
Querer voltar ao piano erudito agora é o mesmo que tentar voltar a pé de uma viagem de carro de Canoas a Torres: não é impossível, mas certamente me daria um cansaço enorme - e nesse caso então prefiro seguir dirigindo rumo a SC... Em outras palavras: a essa altura da minha vida vale muito mais a pena eu seguir com aquilo que vem dando certo a começar algo tão distante, tão fora do meu alcance, ao menos nesse momento.
Isso não quer dizer em hipótese alguma que não sinto mais vontade de voltar a estudar piano. No entanto, talvez o melhor seja, nesse caso, focar em jazz, blues, bossa nova e qualquer outra coisa que envolva harmonia e improvisação. Confesso que nesse ponto ainda me acho meio "durão" e preciso desenvolver mais, mas nada que uma boa dose de prática não resolva. Logo, estabeleci que, ao invés de sair à cata de (cada vez mais raros) professores particulares de piano erudito, vou é investir em métodos, como os de Wilson Curia, por exemplo, e tirar ao menos uma hora por dia de treino por conta própria. Isso muito em breve, pois pretendo entrar em 2017 com tudo e mais um pouco, pronto para encarar trabalhos mais ousados (para mim, pelo menos), como trios/quartetos/quintetos de jazz/fusion, bossa nova e por aí vai.
Se esses três últimos anos foram, para mim, digamos, os "menos musicais", minha ideia é que 2017 seja o ano mais musical de todos os tempos...

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