A música é uma estrada - uma memória dos meus primeiros passos



Em todos esses anos de carreira, muito me foi perguntado como a música entrou na minha vida. Minha resposta está aí embaixo.
Minha família me diz que, quando eu era criança, lá pelos três ou quatro anos de idade, eu ganhava vários brinquedos, tanto de aniversário, quanto de Natal etc.. Um dia desses, ganhei um xilofoninho Hering, tipo esse:

fonte: Americanas

Naquele tempo, o tal xilofoninho era apenas mais um brinquedo, mas em certo momento, alguém ligou o rádio na antiga Guaíba FM, que na época costumava passar muita música instrumental/orquestral. Então, segundo minha mãe me conta, gostei da música do rádio e tentei, daquele jeito de criança pequena, acompanhá-la com o xilofoninho. Aí, com o tempo, comecei a brincar muito mais com o xilofoninho do que com qualquer outro brinquedo.
Mais adiante, ali pelos seis anos, alguém resolveu me dar de presente um pianinho infantil, também Hering - e aí o caminho já estava traçado...

É, eu odiava tirar fotos, mas enfim...

Não muito tempo depois, já em julho de 1991, meus pais, vendo que eu brincava quase que só com o tal pianinho Hering, já perceberam tudo: "temos que botar esse guri na aula de piano". Então, fui matriculado no antigo Instituto Frédéric Chopin, coordenado pelo (saudoso) professor Cesar Augusto Pedreira. Apenas alguns meses depois, vejam só o que aconteceu...

De um pianinho Hering para um pianão Fritz Dobbert?! Nada mal...

Enfim, à medida em que o tempo avançava, fui percebendo cada vez mais que a música era uma boa parte de mim. Houve uma breve pausa em 1993, por causa de uma crise financeira que obrigou a família a cortar gastos de todos os tipos, mas retomei no ano seguinte, como aluno de teclado. Dois anos depois eu já estava num estágio bem avançado do aprendizado de teclado e cheguei a me apresentar sozinho num evento da Prefeitura de Osório - isso aos doze anos! OBS.: Essa apresentação será assunto numa próxima postagem.

Aos doze anos, já tocando na noite?! Como assim?!

Não muito tempo depois, já adolescente, retornei ao piano, pois não havia mais o que fazer quanto a aulas de teclado. Aí, nos anos seguintes, vieram mais recitais de alunos, depois veio um trabalho como pianista acompanhador de coro, até o momento em que saiu um espetáculo teatral/musical chamado "Saudade", contando a história do samba. Isso foi no dia 5 de dezembro de 2000, quando eu estava nos meus dezessete anos. Lembro muito bem, como se fosse ontem. E é essa data, dessa apresentação específica, que considero o marco zero da minha carreira profissional, já que eu tinha participado de toda a montagem do espetáculo, ensaiando com todo mundo, tocando com o grupo instrumental que acompanhava o coro, e ainda tendo que segurar todas as pontas quando o assunto era roteiro. Nada mais justo...

Foto da apresentação do musical "Saudade" - estou lá atrás, tocando teclado

Daí em diante vieram faculdade de Música, trabalhos musicais voluntários com o Instituto Pestalozzi e com a Associação Canoense dos Deficientes Físicos (ACADEF), trabalhos com bandas... Enfim, foi sendo construída uma história de vida musical, e a mesma segue sendo construída até hoje.
Aqui falei tudo de forma muito resumida - se eu fosse entrar em detalhes, nunca terminaria esse texto... Mas enfim, com isso quero dizer que não escolhi a música por acaso. Ela já está em mim desde a mais tenra idade, e não me vejo exercendo qualquer outro tipo de atividade - mesmo já tendo sido "pilhado" a isso em certas épocas, mas não me deixei esmorecer. A música é uma estrada - bem torta, mas é uma estrada da qual jamais desviarei...

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