Descobri que minha vida seria nos palcos em 1996 e me considero profissional desde o final de 2000, já tendo tocado no exterior em 2001. Em 2002 decidi por dar ainda mais um passo: ingressar na faculdade de Música da UFRGS.
Essa decisão talvez tenha causado surpresa na família - eu vinha de um Técnico em Informática e de um estágio na área, e aposto que a grande maioria imaginou que eu fosse seguir na área de Tecnologia da Informação (TI) em função disso. Mas não. Muito embora eu tenha me dado relativamente bem nessas coisas, eu sentia que aquilo não era para mim. Eu não queria passar o resto da minha vida atrás de uma tela de computador digitando códigos, mesmo que o salário fosse alto (para os padrões da época). Claro que sem dinheiro não se vive, mas nunca coloquei o mesmo na frente de tudo, pois sempre achei (e acho até hoje) que isso tolhe as pessoas, que deixam de viverem seus sonhos para ficarem presas numa rotina maçante de casa-trabalho-casa (e já passei por isso em 2007 - assunto para uma postagem futura), buscando por suposta estabilidade (que, ao meu ver, não existe - nem a própria vida é definitiva).
Enfim, prestei vestibular entre o final de 2001 e o começo de 2002. A primeira parte foi a prova prática, na qual precisei executar escalas, arpejos, solfejos e uma leitura à primeira vista - e já era eliminatória. Passei. A segunda parte foi teórica, com aplicação de prova - também já eliminatória. Passei. A terceira parte foi o vestibular propriamente dito, ocorrido em janeiro de 2002, para todos os candidatos, de todas as áreas. Devo dizer que nunca fiz uma prova tão difícil em toda minha vida...
Após o vestibular, a família foi para a tradicional casa da praia, a fim de passar o verão. Enquanto eu estava lá, fiquei aguardando o resultado do vestibular, e não haviam muitas notícias. Até que um dia, do nada, meu pai me convidou para mais umas aulas de direção (eu entraria para a autoescola no meio daquele ano), e fui com ele. Foi uma questão de meia hora ou uma hora, não lembro direito. Quando voltamos... Lá estava. A faixa BIXO UFRGS 2002, com meu nome, o curso (Música) e ainda com um adendo: "sem cursinho"! Pensem no meu estado de euforia quando descobri que fui aprovado no vestibular de Música (!!!)
É uma pena que não tenho nenhuma foto da faixa para mostrar...
Alguns meses depois, me matriculei e iniciei o curso. Possivelmente não era o que a família esperava, em função do meu bom histórico no Técnico em Informática anos antes, mas era o que eu queria, e isso era o que importava. E mais: quando fiz a inscrição no vestibular, uns meses antes, pensei, num primeiro momento, em fazer Bacharelado em Piano, mas então, na última hora, optei por Bacharelado em Composição, e posso dizer que foi uma escolha muito bem feita.
E meu background de Técnico em Informática veio bem a calhar, lá no fundo - saí na frente quando o assunto eram as disciplinas de Tecnologia Musical...
Passaram-se vários anos até minha formatura. No meio do caminho, em janeiro de 2004, tive uma doença degenerativa que quase custou minha vida - nem gosto de lembrar. E posteriormente precisei parar o curso em função de um sem-número de compromissos profissionais, com uma tentativa de volta em 2006, que não deu muito certo. Em 2007 me envolvi com outras coisas, não apenas na área musical; em 2008 tive um diagnóstico que mudou minha vida para sempre (assunto pessoal). No final das contas só consegui voltar ao curso em 2009, me formando três anos depois. Foi uma caminhada longa e cheia de obstáculos, que levou dez anos, mas consegui. O diploma está numa moldura na parede do meu home studio, como um símbolo de conquista.
Essa decisão talvez tenha causado surpresa na família - eu vinha de um Técnico em Informática e de um estágio na área, e aposto que a grande maioria imaginou que eu fosse seguir na área de Tecnologia da Informação (TI) em função disso. Mas não. Muito embora eu tenha me dado relativamente bem nessas coisas, eu sentia que aquilo não era para mim. Eu não queria passar o resto da minha vida atrás de uma tela de computador digitando códigos, mesmo que o salário fosse alto (para os padrões da época). Claro que sem dinheiro não se vive, mas nunca coloquei o mesmo na frente de tudo, pois sempre achei (e acho até hoje) que isso tolhe as pessoas, que deixam de viverem seus sonhos para ficarem presas numa rotina maçante de casa-trabalho-casa (e já passei por isso em 2007 - assunto para uma postagem futura), buscando por suposta estabilidade (que, ao meu ver, não existe - nem a própria vida é definitiva).
Enfim, prestei vestibular entre o final de 2001 e o começo de 2002. A primeira parte foi a prova prática, na qual precisei executar escalas, arpejos, solfejos e uma leitura à primeira vista - e já era eliminatória. Passei. A segunda parte foi teórica, com aplicação de prova - também já eliminatória. Passei. A terceira parte foi o vestibular propriamente dito, ocorrido em janeiro de 2002, para todos os candidatos, de todas as áreas. Devo dizer que nunca fiz uma prova tão difícil em toda minha vida...
Após o vestibular, a família foi para a tradicional casa da praia, a fim de passar o verão. Enquanto eu estava lá, fiquei aguardando o resultado do vestibular, e não haviam muitas notícias. Até que um dia, do nada, meu pai me convidou para mais umas aulas de direção (eu entraria para a autoescola no meio daquele ano), e fui com ele. Foi uma questão de meia hora ou uma hora, não lembro direito. Quando voltamos... Lá estava. A faixa BIXO UFRGS 2002, com meu nome, o curso (Música) e ainda com um adendo: "sem cursinho"! Pensem no meu estado de euforia quando descobri que fui aprovado no vestibular de Música (!!!)
É uma pena que não tenho nenhuma foto da faixa para mostrar...
Alguns meses depois, me matriculei e iniciei o curso. Possivelmente não era o que a família esperava, em função do meu bom histórico no Técnico em Informática anos antes, mas era o que eu queria, e isso era o que importava. E mais: quando fiz a inscrição no vestibular, uns meses antes, pensei, num primeiro momento, em fazer Bacharelado em Piano, mas então, na última hora, optei por Bacharelado em Composição, e posso dizer que foi uma escolha muito bem feita.
E meu background de Técnico em Informática veio bem a calhar, lá no fundo - saí na frente quando o assunto eram as disciplinas de Tecnologia Musical...
Passaram-se vários anos até minha formatura. No meio do caminho, em janeiro de 2004, tive uma doença degenerativa que quase custou minha vida - nem gosto de lembrar. E posteriormente precisei parar o curso em função de um sem-número de compromissos profissionais, com uma tentativa de volta em 2006, que não deu muito certo. Em 2007 me envolvi com outras coisas, não apenas na área musical; em 2008 tive um diagnóstico que mudou minha vida para sempre (assunto pessoal). No final das contas só consegui voltar ao curso em 2009, me formando três anos depois. Foi uma caminhada longa e cheia de obstáculos, que levou dez anos, mas consegui. O diploma está numa moldura na parede do meu home studio, como um símbolo de conquista.
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