2007, um novo ano de surpresas



Cada ano que passa para mim, desde o momento em que encostei um dedo numa tecla pela primeira vez na vida (talvez até antes mesmo disso), tem seus marcos. É uma apresentação aqui, uma estreia ali, um novo trabalho acolá. Mas 2007 foi significativamente marcante para mim em diversos aspectos.
Para começar, vamos ao inverno daquele ano. O Grupo Artístico Legato estava hospedado num tradicional hostel em Nova Petrópolis-RS, dentro da Escola Bom Pastor, para um retiro - na época, o grupo fazia esses retiros a fim de se concentrar ao máximo na montagem das próximas apresentações, sem interferências externas. E, naquele retiro em especial, tive uma série de surpresas, umas profissionais, outras pessoais, mas teve uma em especial para a qual eu nem sequer estava preparado... Quando dei por conta, eu era o tecladista da Necessidade Humana. Simples assim. Como aconteceu? Leia a seguir.
As circunstâncias que me levaram à banda foram bastante peculiares. Não vou dar muitos detalhes sobre tudo o que houve, mas posso afirmar que, de certa forma, minha entrada na banda foi muito inesperada. Naquela ocasião, os membros da Necessidade Humana foram junto com o Grupo Artístico Legato para o tal retiro, para que a banda mostrasse seu trabalho. Mas lá pelas tantas, perto da hora do show programado, houve um imprevisto, que levou ao seu cancelamento.
Passado um tempo, o pessoal do Grupo Artístico foi ao refeitório para jantar. Eu estava sedento na hora; após a refeição, saí e atravessei a estrada para ir ao bar logo em frente à instituição, a fim de tomar uma garrafa de água mineral. Nisso, reparei que a banda também estava naquele bar, numa conversa animada, mas a princípio ignorei. Apenas bebi minha água e fui ao banheiro.
Porém, quando saí do mesmo, o vocalista, que já era meu conhecido há tempos, me viu, me cumprimentou e falou aos demais (que também já eram meus conhecidos):

"Pessoal, eis o novo membro da Necessidade Humana!!!"

E todos bateram palmas.
Eu não sabia o que pensar àquela hora. Como assim, do nada, de repente fazer parte de uma banda como a Necessidade Humana? Demorei um pouco para assimilar a novidade, mas por dentro eu estava realizado...
No dia seguinte, contei a novidade para o pessoal do Grupo Artístico Legato, e isso veio a trazer diversas mudanças no meu trabalho com o mesmo. Mudanças essas que também influenciaram na construção do espetáculo no qual o grupo vinha trabalhando na época, "O Corcunda de Notre-Dame", baseado na obra do escritor Victor Hugo. Antes da minha entrada na Necessidade Humana, eu participaria apenas do espetáculo em si, tocando as músicas conforme o roteiro, com a banda fazendo a abertura e o encerramento do show. Após minha entrada na banda, passei a tocar durante todo o espetáculo, incluindo abertura e encerramento. Aumentou a carga de trabalho, e isso significou, de certa forma, um upgrade para mim: antes eu apenas tocava piano para guiar o elenco; daí em diante passei a focar mais nos timbres e na estrutura de cada música. Acho que a Necessidade Humana foi a banda responsável por me tornar um tecladista de banda como manda o figurino.
O espetáculo foi apresentado no dia 14 de setembro de 2007, na sede social do Clube dos Empregados da Petrobras (CEPE), em Canoas-RS.

Eu tocando teclado durante a apresentação do musical "O Corcunda de Notre-Dame"

No mesmo evento, já com alguns membros da Necessidade Humana

Já meu primeiro show oficial com a Necessidade Humana ocorreu mais de um mês depois, no dia 17 de outubro, na UNIRITTER, em Canoas-RS. Foi um show marcado pelo improviso, já que eu ainda não estava 100% preparado para um repertório tão intrincado e cheio de detalhes, então, me virei como pude. Mas as partes de teclado foram se firmando com o tempo. Abaixo, um recorte do Diário de Canoas do dia 27 de outubro do mesmo ano, falando sobre esse show (clique para ampliar a imagem e ler o texto):


Ainda tive outras surpresas durante esse mesmo ano, mas isso aí foi o que mais me marcou - e a Necessidade Humana hoje está na minha lista de grupos musicais dos quais mais sinto saudade. Todos os membros ainda se comunicam até hoje, e lembro que um dia houve um reencontro da banda, mas isso será assunto para um futuro texto...

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