Quem vê um artista, ou uma banda, ou seja lá o que for, tocando/cantando no palco, vê o quê?
"Um show" seria a resposta mais comum, se essa pergunta fosse feita numa pesquisa com o povo passando na rua, eu diria.
Agora, mudando a pergunta: como aquele/aquela artista/banda chegou a fazer o show ao qual você assiste?
Acho que uns ficariam sem resposta. Outros diriam "não sei". Eu, na minha condição de músico, tenho a resposta na ponta da língua: porque o/a artista/banda trabalhou muito para conseguir subir no palco e mostrar o resultado de seus esforços. Por trás daquele espetáculo existe muito suor, muitos ensaios, muitas dores de cabeça, por vezes até muitas brigas, mas tudo pelo objetivo único da excelência na hora do show. E sim, isso causa muito cansaço.
Como de costume neste blog, vamos ao meu próprio exemplo.
Muitas vezes fiquei exausto após uma grande maratona de compromissos. Algumas dessas a ponto de, ao chegar em casa, não querer ver nada sequer parecido com teclas. Se eu visse na estante uma combinação de livros pretos e brancos dispostos como se fossem um teclado de piano, desviaria o olhar na hora. Nesse ponto, a carreira de um músico profissional pode ser tão exaustiva quanto a de um cirurgião, um bombeiro, um operador da bolsa de valores, dentre outras que tomam todo o tempo do indivíduo, a ponto de não haver espaço para mais nada.
Já cheguei a ficar cansado durante shows, especialmente quando haviam muitos blocos em sequência. Cheguei a ter comigo uma foto durante um show de uma antiga banda no Opinião (POA-RS), na qual eu aparecia sentado nos fundos do palco, escorando a cabeça nas mãos - provavelmente eu estava com uma forte dor de cabeça. O show foi muito longo e cansativo, e tudo o que eu queria naquele momento era ir para casa. E assim que cheguei em casa, desabei na cama, só acordando no dia seguinte porque alguém me chamou - não fosse por isso, eu possivelmente teria dormido dois dias a fio... É uma pena que não tenho mais a foto, pois ela ilustrava bem o que vinha acontecendo comigo no palco, naquela noite.
Aqui dei meu próprio exemplo de como a carreira musical profissional, por mais bela que seja, também é deveras desgastante. Mas alguns famosos também passaram pela mesma situação - quantos artistas anunciaram pausa na carreira por tempo indeterminado, alegando stress e falta de condições físicas e/ou psicológicas para continuar? Quantos mal conseguem falar com os fãs após muitas noites seguidas de shows longos e lotados (pensa em toda a barulheira e a dor de cabeça)? Quantos já morreram em pleno exercício da função no palco, vítimas de infarto e outras falências orgânicas, causado por muitas noites mal-dormidas seguidas (às vezes até sem dormir)?
Sim, a música cansa, e muito - por vezes até demais, a ponto de muita gente abandonar o barco por não aguentar o tranco. Nessas horas o melhor é parar, respirar fundo, refletir sobre os rumos que a carreira vem tomando e, se necessário, readaptar-se. Eu mesmo precisei fazê-lo recentemente: limitei meus trabalhos fixos com bandas a, no máximo, três, com tendência de redução para dois. Enquanto eu estava em cinco bandas, a agenda vivia entupida e eu mal conseguia parar em casa, o que vinha me desencadeando uma fadiga fora do normal e muitas alterações nos meus horários de alimentação (sigo um programa nutricional muito específico e bem regrado). Agora consegui modificar minha rotina, de forma a continuar trabalhando com bandas, mas também ter tempo para compor (uma atividade que sempre gostei de fazer, mas que a agenda até então não me permitia) e, por que não, fazer outras coisas, como me dedicar a alguns hobbies (ouvir discos de vinil, por exemplo), passear etc..
Então, se você é músico profissional e a carreira vem lhe deixando muito cansado, faça como eu: pare tudo, reflita se você realmente precisa de uma agenda tão cheia assim e, se for o caso, repense seus trabalhos musicais e escolha apenas aqueles que lhe fazem sentir bem. Acho que de nada adianta sofrer horrores apenas por uns reais a mais - e isso para mim vale em qualquer atividade. É óbvio que ninguém vive sem dinheiro; só não troque sua vida pelo mesmo. Coloque seu bem-estar em primeiro lugar - e, no meio musical profissional, isso deve valer mais do que nunca. Tocar exausto não é legal...
"Um show" seria a resposta mais comum, se essa pergunta fosse feita numa pesquisa com o povo passando na rua, eu diria.
Agora, mudando a pergunta: como aquele/aquela artista/banda chegou a fazer o show ao qual você assiste?
Acho que uns ficariam sem resposta. Outros diriam "não sei". Eu, na minha condição de músico, tenho a resposta na ponta da língua: porque o/a artista/banda trabalhou muito para conseguir subir no palco e mostrar o resultado de seus esforços. Por trás daquele espetáculo existe muito suor, muitos ensaios, muitas dores de cabeça, por vezes até muitas brigas, mas tudo pelo objetivo único da excelência na hora do show. E sim, isso causa muito cansaço.
Como de costume neste blog, vamos ao meu próprio exemplo.
Muitas vezes fiquei exausto após uma grande maratona de compromissos. Algumas dessas a ponto de, ao chegar em casa, não querer ver nada sequer parecido com teclas. Se eu visse na estante uma combinação de livros pretos e brancos dispostos como se fossem um teclado de piano, desviaria o olhar na hora. Nesse ponto, a carreira de um músico profissional pode ser tão exaustiva quanto a de um cirurgião, um bombeiro, um operador da bolsa de valores, dentre outras que tomam todo o tempo do indivíduo, a ponto de não haver espaço para mais nada.
Já cheguei a ficar cansado durante shows, especialmente quando haviam muitos blocos em sequência. Cheguei a ter comigo uma foto durante um show de uma antiga banda no Opinião (POA-RS), na qual eu aparecia sentado nos fundos do palco, escorando a cabeça nas mãos - provavelmente eu estava com uma forte dor de cabeça. O show foi muito longo e cansativo, e tudo o que eu queria naquele momento era ir para casa. E assim que cheguei em casa, desabei na cama, só acordando no dia seguinte porque alguém me chamou - não fosse por isso, eu possivelmente teria dormido dois dias a fio... É uma pena que não tenho mais a foto, pois ela ilustrava bem o que vinha acontecendo comigo no palco, naquela noite.
Aqui dei meu próprio exemplo de como a carreira musical profissional, por mais bela que seja, também é deveras desgastante. Mas alguns famosos também passaram pela mesma situação - quantos artistas anunciaram pausa na carreira por tempo indeterminado, alegando stress e falta de condições físicas e/ou psicológicas para continuar? Quantos mal conseguem falar com os fãs após muitas noites seguidas de shows longos e lotados (pensa em toda a barulheira e a dor de cabeça)? Quantos já morreram em pleno exercício da função no palco, vítimas de infarto e outras falências orgânicas, causado por muitas noites mal-dormidas seguidas (às vezes até sem dormir)?
Sim, a música cansa, e muito - por vezes até demais, a ponto de muita gente abandonar o barco por não aguentar o tranco. Nessas horas o melhor é parar, respirar fundo, refletir sobre os rumos que a carreira vem tomando e, se necessário, readaptar-se. Eu mesmo precisei fazê-lo recentemente: limitei meus trabalhos fixos com bandas a, no máximo, três, com tendência de redução para dois. Enquanto eu estava em cinco bandas, a agenda vivia entupida e eu mal conseguia parar em casa, o que vinha me desencadeando uma fadiga fora do normal e muitas alterações nos meus horários de alimentação (sigo um programa nutricional muito específico e bem regrado). Agora consegui modificar minha rotina, de forma a continuar trabalhando com bandas, mas também ter tempo para compor (uma atividade que sempre gostei de fazer, mas que a agenda até então não me permitia) e, por que não, fazer outras coisas, como me dedicar a alguns hobbies (ouvir discos de vinil, por exemplo), passear etc..
Então, se você é músico profissional e a carreira vem lhe deixando muito cansado, faça como eu: pare tudo, reflita se você realmente precisa de uma agenda tão cheia assim e, se for o caso, repense seus trabalhos musicais e escolha apenas aqueles que lhe fazem sentir bem. Acho que de nada adianta sofrer horrores apenas por uns reais a mais - e isso para mim vale em qualquer atividade. É óbvio que ninguém vive sem dinheiro; só não troque sua vida pelo mesmo. Coloque seu bem-estar em primeiro lugar - e, no meio musical profissional, isso deve valer mais do que nunca. Tocar exausto não é legal...
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