Esses tempos - digo, há bastante tempo, na verdade - algo me chamou muito a atenção: o quão o sintetizador, esse instrumento musical eletrônico cheio de timbres, nuances e recursos, costuma ser associado com "nerdice". Por quê? É uma boa pergunta.
Quem costuma assistir àqueles filmes de ficção científica dos anos 1980, em especial aqueles cujas estórias se passam no espaço (Star Trek, dentre outros), deve ter notado muitos painéis de controle cheios de botões, sliders etc., assim como telas, displays de vários dígitos, dentre outros componentes tipicamente usados em máquinas. Em geral, a tecnologia rola solta nas tais tramas. E o que isso tem a ver com os sintetizadores? Bom, os mesmos são instrumentos musicais que costumam ser cheios dessas coisas, como se fossem computadores dedicados à criação e edição de novos sons (é, nem sempre foi o caso - futuramente sairá uma postagem sobre a história dos sintetizadores). E, em geral, os sons gerados por esses instrumentos são bastante diferentes daqueles gerados por instrumentos musicais convencionais - muitos desses sendo ouvidos em música instrumental eletrônica, dance music, synthpop, space music, EBM (Electronic Body Music) e outros gêneros comumente associados aos anos 1980/90 (e ainda presentes na atualidade). Não raro, muitos álbuns famosos com temática espacial/ficção científica, dentre eles, "Albedo 0.39" (Vangelis, 1975), "Oxygene" (Jean-Michel Jarre, 1976), "From Here to Eternity" (Giorgio Moroder, 1977), "Computerworld" (Kraftwerk, 1981), por exemplo, foram totalmente gravados com esses instrumentos - uma façanha e tanto para a época. E mais: boa parte dos músicos entusiastas do sintetizador (eu entre eles) também costuma gostar de ficção científica, assim como também existe aquela comparação do painel de um sintetizador com o de uma nave espacial, e ainda, muitas trilhas sonoras de filmes de ficção científica envolvem diretamente o uso de sintetizadores, então, ficou muito fácil associar esses instrumentos eletrônicos com a cultura nerd, em especial a old school nerd.
Abaixo, dois exemplos de sintetizadores (fonte: Wikimedia Commons):
Quem costuma assistir àqueles filmes de ficção científica dos anos 1980, em especial aqueles cujas estórias se passam no espaço (Star Trek, dentre outros), deve ter notado muitos painéis de controle cheios de botões, sliders etc., assim como telas, displays de vários dígitos, dentre outros componentes tipicamente usados em máquinas. Em geral, a tecnologia rola solta nas tais tramas. E o que isso tem a ver com os sintetizadores? Bom, os mesmos são instrumentos musicais que costumam ser cheios dessas coisas, como se fossem computadores dedicados à criação e edição de novos sons (é, nem sempre foi o caso - futuramente sairá uma postagem sobre a história dos sintetizadores). E, em geral, os sons gerados por esses instrumentos são bastante diferentes daqueles gerados por instrumentos musicais convencionais - muitos desses sendo ouvidos em música instrumental eletrônica, dance music, synthpop, space music, EBM (Electronic Body Music) e outros gêneros comumente associados aos anos 1980/90 (e ainda presentes na atualidade). Não raro, muitos álbuns famosos com temática espacial/ficção científica, dentre eles, "Albedo 0.39" (Vangelis, 1975), "Oxygene" (Jean-Michel Jarre, 1976), "From Here to Eternity" (Giorgio Moroder, 1977), "Computerworld" (Kraftwerk, 1981), por exemplo, foram totalmente gravados com esses instrumentos - uma façanha e tanto para a época. E mais: boa parte dos músicos entusiastas do sintetizador (eu entre eles) também costuma gostar de ficção científica, assim como também existe aquela comparação do painel de um sintetizador com o de uma nave espacial, e ainda, muitas trilhas sonoras de filmes de ficção científica envolvem diretamente o uso de sintetizadores, então, ficou muito fácil associar esses instrumentos eletrônicos com a cultura nerd, em especial a old school nerd.
Abaixo, dois exemplos de sintetizadores (fonte: Wikimedia Commons):
Como se pode ver, aos olhos de muitos, os sintetizadores podem se parecer menos com instrumentos musicais e mais com máquinas, mas eles também são instrumentos musicais, tanto quanto guitarra, piano, violino, trompete e outros, com a diferença de haver toda uma tecnologia por trás e serem capazes de gerar sons notoriamente distintos de outros instrumentos. Lembrando que dois sintetizadores não necessariamente terão a mesma sonoridade, mesmo quando se tratam de dois modelos idênticos: nada impede de cada um ser programado de uma forma diferente (sim, nesse ponto eles se parecem com computadores mesmo, pois pedem programação...).
Inclusive existe essa tirinha do personagem Packrat (para quem não conhece, aconselho acompanhar - é uma série de tirinhas em quadrinhos especialmente voltada a tecladistas, criada por David C. Lovelace, que, brincando, brincando, refletem a realidade desse universo) que fala justamente sobre essa associação entre sintetizadores e cultura nerd (clique para ampliar):
Inclusive existe essa tirinha do personagem Packrat (para quem não conhece, aconselho acompanhar - é uma série de tirinhas em quadrinhos especialmente voltada a tecladistas, criada por David C. Lovelace, que, brincando, brincando, refletem a realidade desse universo) que fala justamente sobre essa associação entre sintetizadores e cultura nerd (clique para ampliar):
Tradução livre:
- Packrat: "É estranho como entusiastas dos sintetizadores possuem hobbies muito similares... Nós todos parecemos gostar de ficção científica, computadores, Lego, jogos de guerra...
- Buddy: "Vocês são todos nerds. Tenha isso em mente, Packrat. É um instrumento nerd."
- Packrat: "Sua lógica tem apenas uma falha. Teclados são muito populares na Itália, o país menos nerd do mundo."
- Buddy: "Agora que você mencionou isso, não consigo imaginar nada mais quente do que Monica Belucci segurando um keytar*"
- Packrat: "Ohhhh... Imagino isso..."
* N. do T.: Keytar é um instrumento de teclas que pode ser pendurado no pescoço como se fosse uma guitarra. Seu nome vem da soma das palavras keyboard (teclado) e guitar (guitarra). O nome desse instrumento em português seria, aproximadamente, "teclado-guitarra".
Através dessa tirinha, dá para ver que essa constatação de associação do sintetizador com a cultura nerd não é só minha, e sim de muita, muita gente. Os entusiastas do sintetizador costumam ser vistos como pessoas muito inteligentes, especialistas em programação, geeks, mas também muito se esquece da intuição. Em tempos antigos, quando nasceram os primeiros sintetizadores como conhecemos atualmente (ou seja, por volta do final dos anos 1960), ninguém tinha conhecimento prévio de como chegar a tal som, era necessário ir tentando, tentando, até conseguir algo aproximado. E, desde lá, pouca coisa mudou, a não ser que a tecnologia atual dos sintetizadores avançou muito. Aliás, muitos dos melhores timbres que você ouve nas canções mais famosas que envolvem o uso de sintetizadores vieram da própria intuição dos músicos, não de fórmulas complexas e cálculos dificílimos. Então, podemos dizer que, embora os sintetizadores estejam bastante associados com a cultura nerd, a coisa nem sempre é assim, pois, no fundo, é apenas um instrumento. Bastante intrigante, mas, ainda assim, um instrumento. E, como tal, serve como uma ferramenta para a expressão musical.
- Packrat: "É estranho como entusiastas dos sintetizadores possuem hobbies muito similares... Nós todos parecemos gostar de ficção científica, computadores, Lego, jogos de guerra...
- Buddy: "Vocês são todos nerds. Tenha isso em mente, Packrat. É um instrumento nerd."
- Packrat: "Sua lógica tem apenas uma falha. Teclados são muito populares na Itália, o país menos nerd do mundo."
- Buddy: "Agora que você mencionou isso, não consigo imaginar nada mais quente do que Monica Belucci segurando um keytar*"
- Packrat: "Ohhhh... Imagino isso..."
* N. do T.: Keytar é um instrumento de teclas que pode ser pendurado no pescoço como se fosse uma guitarra. Seu nome vem da soma das palavras keyboard (teclado) e guitar (guitarra). O nome desse instrumento em português seria, aproximadamente, "teclado-guitarra".
Através dessa tirinha, dá para ver que essa constatação de associação do sintetizador com a cultura nerd não é só minha, e sim de muita, muita gente. Os entusiastas do sintetizador costumam ser vistos como pessoas muito inteligentes, especialistas em programação, geeks, mas também muito se esquece da intuição. Em tempos antigos, quando nasceram os primeiros sintetizadores como conhecemos atualmente (ou seja, por volta do final dos anos 1960), ninguém tinha conhecimento prévio de como chegar a tal som, era necessário ir tentando, tentando, até conseguir algo aproximado. E, desde lá, pouca coisa mudou, a não ser que a tecnologia atual dos sintetizadores avançou muito. Aliás, muitos dos melhores timbres que você ouve nas canções mais famosas que envolvem o uso de sintetizadores vieram da própria intuição dos músicos, não de fórmulas complexas e cálculos dificílimos. Então, podemos dizer que, embora os sintetizadores estejam bastante associados com a cultura nerd, a coisa nem sempre é assim, pois, no fundo, é apenas um instrumento. Bastante intrigante, mas, ainda assim, um instrumento. E, como tal, serve como uma ferramenta para a expressão musical.
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