Meu set, detalhado



Durante minha vida, muitos instrumentos musicais passaram pelas minhas mãos. E não só pianos, órgãos e teclados - também já tive dois baixos, um acordeon, um violão, uma flauta-doce etc., não necessariamente nessa ordem (hoje mesmo tenho aqui duas escaletas e uns instrumentos de percussão, que vieram com o tempo, à medida em que fui necessitando para algum(ns) trabalho(s)).
Este texto serve para mostrar como é meu set hoje. Coloco uma foto do instrumento, dou uma nota e escrevo algo sobre, como, por exemplo, quando foi comprado, por que o coloquei no set, dentre outras coisas. Como estou sempre pesquisando novidades, a tendência é essa postagem ir sendo atualizada conforme a necessidade, indicando isso no título. Algo que há tempos eu vinha pensando em fazer, mas nunca encontrava tempo nem disposição para tal. Hoje foi possível.



1. ALESIS V49


Categoria: controlador
Ano da compra: 2018
Avaliação: 9/10

Em 2018 eu vinha pesquisando plug-ins sintetizadores no meu laptop, o qual executa Ubuntu Studio. Descobri vários, e nada mais justo que um teclado controlador dedicado a isso, certo? E esse foi meu objetivo ao adquirir esse V49 na época.
O V49 é um controlador voltado exclusivamente ao uso com PCs (também com iPad, eu diria) - tanto que só possui uma porta USB, e mais nada. Tanto a alimentação quanto a transmissão de mensagens MIDI é por essa porta. Uso-o principalmente como controlador do amSynth, um sintetizador subtrativo multiplataforma e de código aberto, que me proporciona um som similar ao analógico, mas muito moderno ao mesmo tempo. Ele tem teclas, botões e knobs bem firmes, e minha nota só é 9 porque achei falta de um MIDI OUT - se eu quisesse usá-lo com um módulo externo, não poderia. Mas ele tem cumprido muito bem seu papel no meu set.



2. AMW P49


Categoria: controlador
Ano da compra: 2018
Avaliação: 7/10

Teclados controladores de baixo custo costumam ser pequenos e básicos, e esse P49 não é exceção. Comprei-o com um único objetivo: controlar meu módulo E-MU Orbit 9090 V2.
Esse controlador pode funcionar tanto com pilhas quanto via USB ou alimentação externa. Nesse último caso, é necessário usar um USB Power Adapter, que envie 9V ao instrumento - comprei um da Motorola que serviu perfeitamente para ele, o que me permite usá-lo com o módulo sem a necessidade de ligar um PC para tal.
Minha nota é 7 por alguns motivos. Primeiro: as teclas são boas, mas um pouco barulhentas. Segundo: os botões aparentam fragilidade (embora nada de mais tenha acontecido até o momento, pois sempre fui muito cuidadoso com meus instrumentos). Mas se considerarmos o baixíssimo custo dele, até que está de bom tamanho.



3. CASIO WK-240


Categoria: arranjador
Ano da compra: 2019
Avaliação: 8/10

Esse, a rigor, é um daqueles instrumentos que a gente compra primeiro e depois pensa no que ele pode ser útil. Não foi o caso aqui: optei por comprá-lo após ler sua ficha técnica e seu manual de instruções na Internet. E muitos devem estar se perguntando: "o que faz um arranjador tão básico nesse set?". Enfim, comprei esse instrumento por um motivo especial: seu sampler, extremamente fácil de usar. Conecte um microfone, coloque para gravar; ele fica esperando. Grave; ele grava. Terminou o som? Ele para de gravar, e você tem um novo timbre. Legal, né? Considero usar bastante esse recurso em futuros trabalhos.
No mais, é um instrumento bem comum, com poucos recursos - voltado ao público de estudantes de teclado, mas ele encontrou seu espaço no meu home studio graças ao seu sampler (e à sua boa coleção de timbres, obviamente). Achei falta de um dial para ajustar valores e selecionar timbres - tudo depende do teclado numérico e dos botões [+] e [-]. Sua nota é 8 por esse motivo.



4. CASIO XW-P1 CHROME ORANGE


Categoria: sintetizador digital
Ano da compra: 2018
Avaliação: 9.5/10

Esse é meu segundo XW-P1. Tive um antes, em 2017, na cor padrão (prateado), que precisei vender na época, mas senti falta de seus sons. Aí encontrei essa edição limitada cor-de-laranja no site de uma loja da região onde moro e nem pensei duas vezes, comprei na hora. Como eu já estava acostumado com o XW-P1 anterior, não precisei recorrer ao manual para aprender a usá-lo.
Esse instrumento é um sintetizador, mas também funciona como órgão - ele tem um "Drawbar Mode" ou coisa assim, que simula bem o Hammond B3 e suas registrações. Meu uso desse instrumento é basicamente assim: nos palcos, ele é órgão; no home studio, ele é sintetizador solo. O XW-P1 pode criar tanto timbres monofônicos quanto polifônicos, e tanto usa síntese subtrativa ("Solo Synth") como aditiva ("Hex Layer"). Tem me sido extremamente útil em diversos momentos.
Minha avaliação é 9.5 porque acho que as teclas poderiam ser um pouco mais firmes. Só isso. Porque o resto é 10.



5. E-MU ORBIT 9090 V2


Categoria: sintetizador digital
Ano da compra: 2018
Avaliação: 8/10

Esse antigo módulo sintetizador do final dos anos 90 chegou ao meu set bem por acaso. Achei-o numa loja de instrumentos a preço de banana e, por esse motivo, resolvi comprá-lo. Sendo equipamento usado, fiquei meio receoso no começo, mas deu tudo certo. O módulo está em perfeito funcionamento desde o momento em que saiu da fábrica até hoje.
Quando comecei a usar esse módulo, estranhei o fato de não conseguir fazer certos acordes por conta de algumas notas não soarem. Pensei que o aparelho estivesse com defeito, mas então, lendo o manual, descobri que esse é apenas um ajuste que encaminha mensagens MIDI para outros Orbits, a fim de poupar polifonia. Não lembro de cabeça do nome do parâmetro, mas sei que o ajustei em "OFF" e a questão foi resolvida.
Seus timbres são bem voltados à dance music noventista, mas, no contexto do meu home studio, ele é um módulo sintetizador com uns sons malucos e inusitados. Não é muito fácil de usar - tem que se aprofundar no manual para obter certos resultados. Por isso a nota é 8.



6. IK MULTIMEDIA UNO SYNTH


Categoria: sintetizador analógico
Ano da compra: 2019
Avaliação: 10/10

Um notável sintetizador analógico, cujo tamanho é pouca coisa maior que um tablet. Imaginaram isso? Pois é.
Um dia eu estava lendo sobre ele na Internet e comentei algo como "bem que eu gostaria de um desses". Resultado: ganhei um de aniversário antecipado (a propósito, é agora no dia 24). Presentão, hein?! :-)
A alimentação pode ser feita via pilhas ou USB - neste último caso, também posso usar um USB Power Adapter, tornando-o uma unidade independente, sem a necessidade de ligá-lo a um PC. Aqui optei por um dispositivo da Apple, para bem maior estabilidade elétrica (e consequentemente maior limpeza no som).
O foco desse pequeno instrumento é a criação de novos sons. Ele também fornece a possibilidade de sequenciamento passo-a-passo através dos botões na parte inferior do painel, que imitam teclas. E ele ainda aceita teclado controlador MIDI - o que é uma boa pedida para mim, que prefiro a tradicional interface de teclas. Inclusive até já ando atrás de um controlador para ele - ainda não cheguei a usá-lo na prática por esse motivo. Mas isso é um detalhe puramente pessoal, que não tira o mérito de uma nota 10 bem declarada.



7. KORG KINGKORG


Categoria: sintetizador digital
Ano da compra: 2017
Avaliação: 10/10

Em 2017 eu vinha procurando um sintetizador virtual analog para o meu set, mas todos os modelos que eu encontrava ora tinham mini-teclas (e eu não conseguia tocar em mini-teclas na época), ora eram caros demais. Após uma longa pesquisa, descobri esse KingKORG, que foi o balanço perfeito entre teclas e preço: ele tem 61 teclas padrão e nem foi tão caro assim, naquele tempo.
Embora ele seja um sintetizador digital, com filtros digitais e tudo o mais, sua sonoridade é muito, muito, muito similar à analógica. Tem timbres super poderosos, perfeitos para solos, que merecem todo o destaque possível. Ainda tem knobs grandes e todos os parâmetros de edição em tempo real à mão - o que é essencial na construção de timbres clássicos de sintetizador. Ele também permite salvar os próprios timbres na memória, mas nunca usei esse recurso nele, pois meu objetivo ali é criar o som na hora e usar naquele momento. Além disso, ele também tem um banco PCM (AI², típico da Korg), o que torna esse instrumento bem útil para uso em ensaios de bandas, por exemplo.
Aqui não há outra possibilidade de nota se não um 10 bem gordo. Gordo como sua sonoridade.



8. KORG MONOLOGUE


Categoria: sintetizador analógico
Ano da compra: 2019
Avaliação: 10/10

O primeiro sintetizador analógico da minha vida! Comprei-o este ano numa tradicional loja online de instrumentos - finalmente encontrei um true analog de alta qualidade por um preço bastante razoável. É um instrumento monofônico tão pequeno (25 mini-teclas), mas tão poderoso, que, acredito, é capaz de criar o som que o músico quiser, a partir de simples formas de onda e mudanças de parâmetros no painel.
Em termos de som, ele lembra bem os sintetizadores analógicos antigos, dos anos 70. Ainda permite a programação dos próprios timbres - minha unidade tem ao menos uns quatro timbres criados por mim. Nota 10, com folga.



9. KURZWEIL KA-90

(em 2017, sem estante)

(em 2019, com estante)

Categoria: piano digital
Ano da compra: 2017 (estante KAS-5: 2019)
Avaliação: 9.5/10

Um excelente piano portátil. O que realmente chama a atenção nele é seu timbre principal, o famoso "Triple Strike Grand Piano", próprio da Kurzweil. Timbre rico em detalhes, muito expressivo, que pode ser usado em virtualmente qualquer estilo musical, desde música erudita até jazz, blues, rock, MPB etc.. Ele ainda tem outros timbres no painel, de pianos elétricos, cordas e afins, os quais cheguei a usá-los algumas vezes, mas o que faço mesmo com ele é tocar piano - não à toa consegui sua estante original, KAS-5, cerca de dois anos após a compra do instrumento, convertendo-o num piano de móvel com pedaleira tripla.
A nota se justifica em função das teclas - são um pouco barulhentas, mas isso é o de menos. Quando toco piano, esse detalhe passa despercebido.



10. MEDELI MC780


Categoria: arranjador
Ano da compra: 2018
Avaliação: 6/10

Achei esse arranjador de seis oitavas por um valor super baixo numa dessas mega-lojas de departamentos por aí. Eu sempre ouvia falar dessa marca Medeli, mas nunca toquei em um, até o momento em que vi esse mc780 anunciado - o último disponível. No começo eu não dava muito crédito - foi uma compra do tipo "tá, custou barato, e agora, o que faço com ele?". Algumas vezes cheguei a anunciá-lo no OLX, achando que ele ficaria parado aqui; no entanto, a partir do momento em que descobri como usar seu recurso de memória de painel (aliás, bem similar ao dos Yamaha PSR), ele começou a ganhar espaço nos meus trabalhos, e hoje ele é um item essencial no meu home studio: está conectado ao PC, controlando o software sequenciador, e todas as novas gravações de bases musicais vem sendo feitas com ele.
A nota 6 se refere aos timbres. Nem entrei no mérito do acompanhamento automático porque não uso esse recurso, mas posso dizer que os timbres são bem decentes, considerando o baixo custo do instrumento. Entrei em contato com a Medeli para obter uma lista de todos os sons disponíveis, com seus bancos MSB, a fim de usar o instrumento com o sequenciador, e acabei descobrindo que ele possui vários timbres extras, acessíveis apenas via MIDI. Um bônus.



11. YAMAHA MX61


Categoria: sintetizador digital
Ano da compra: 2017
Avaliação: 9.5/10

Comprei esse sintetizador em 2017 e, desde então, ele vem sendo meu instrumento principal. Uso-o tanto no palco quanto nos ensaios, e, em geral, ele sozinho já se basta. Ele vai comigo para todos os lugares e, por esse motivo, necessita de revisão na assistência técnica autorizada, por conta de todo o impacto sofrido e por ter passado por diversas instalações elétricas por aí.
Esse é atualmente meu instrumento mais cheio de recursos. São tantos e tantos que ainda não consegui chegar a usar 30% deles - isso em cerca de dois anos de uso.
Os timbres dele suprem basicamente todas as minhas necessidades nos palcos, nos ensaios e no meu home studio. As teclas poderiam ser um pouquinho melhores - por isso a nota 9.5.



12. YAMAHA PSR-E453


Categoria: arranjador
Ano da compra: 2018
Avaliação: 9/10

Sabe aquele instrumento que você compra para um determinado fim e que, no final das contas, acaba servindo para muito mais do que isso? Foi o caso desse aqui. Comprei-o para uma função específica no meu home studio: controlar SoundFonts no laptop. O que eu vinha procurando era um controlador MIDI dedicado, mas nenhum tinha recurso similar ao Registration Memory, comum nos PSRs; logo, a escolha pelo PSR-E453 foi óbvia. Eu não me importava muito com os timbres; o que eu queria era usar seu recurso de Registration Memory com os SoundFonts.
O tempo foi passando e descobri seu recurso de interface de áudio - até então eu usava uma interface separada (Yamaha UW10) no laptop, e após descobrir essa façanha do instrumento, parei de usar a UW-10 - um penduricalho a menos na máquina. Aí comecei a usar alguns de seus timbres internos, e daí em diante ele se tornou um instrumento de uso geral.
A nota é 9 porque acho que caberia bem umas portas MIDI IN/OUT nele - teria um potencial legal para controlar módulos de som externos. Um instrumento desse porte só com uma porta USB? Como assim?!



Esses aí são meus atuais instrumentos. Muitos e muitos outros já passaram pelas minhas mãos. Vou ver se lembro de alguns, em ordem alfabética (porque eu não me lembraria exatamente da ordem cronológica...):

- Casio CDP-120 (piano digital)
- Casio CT-420 (arranjador)
- Casio CT-638 (arranjador)
- Casio CTK-500 (arranjador)
- Casio CTK-6250 (arranjador)
- Casio CZ-1000 (sintetizador digital)
- Casio Privia PX-300 (piano digital)
- Casio Privia PX-330 (piano digital)
- Casio WK-1200 (piano digital)
- Casio XW-P1 (sintetizador digital)
- E-MU XBoard 49 (controlador)
- ESi KeyControl 49 (controlador)
- Fritz Dobbert (piano acústico)
- Giannini Poème III (órgão de móvel)
- Korg i5S (arranjador)
- Korg iX300 (arranjador)
- Korg N264 (workstation)
- Korg N5EX (sintetizador digital)
- Kurzweil SP76 (piano digital)
- Labolida nano1 (sintetizador digital)
- M-Audio Oxygen 49 3rd Gen (controlador)
- Minami III (órgão de móvel)
- Palmer Cosmos XR41 (órgão portátil)
- Roland A-800PRO (controlador)
- Roland EM-50 (arranjador)
- Roland Juno-Gi (sintetizador digital)
- Roland SC-7 (sintetizador digital)
- Roland SC-880 (sintetizador digital)
- Schiedmayer (piano acústico)
- Technics sx-KN1500 (arranjador)
- Tokai TP-88M (piano digital)
- Tokai TX-5 Classic (clonewheel)
- Tokai TX-5 dsPLUS (clonewheel)
- Tokai TX-Lower (controlador)
- Yamaha DGX-205 (arranjador)
- Yamaha MM6 (sintetizador digital)
- Yamaha MOX8 (workstation)
- Yamaha P-95 (piano digital)
- Yamaha PSR-500 (arranjador)
- Yamaha PSR-510 (arranjador)
- Yamaha PSR-620 (arranjador)
- Yamaha PSR-E203 (arranjador)
- Yamaha PSR-E423 (arranjador)
- Yamaha PSR-E443 (arranjador)
- Yamaha PSR-S550B (arranjador)
- Yamaha PSR-S650B (arranjador)

Essa lista é possivelmente maior, mas tem certos itens dos quais já não lembro mais das marcas, nem dos modelos. Então fica por aí.
Enfim, hoje olho para tudo isso e percebo quanta coisa já esteve em minhas mãos... No começo com ajuda da família; depois, indo por minha própria conta. Mas é uma longa história de dedos, pretas e brancas, com certeza...

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