Quando o treino não funciona como o esperado...



Hoje, por algum motivo alheio ao meu conhecimento, não consegui lidar com a sonata de Haydn e com o Allegro de Levy. Não sei, essas peças pareciam não funcionar de jeito nenhum... Meus olhos liam as partituras, mas meus dedos não queriam acompanhar. Não sei o que aconteceu. Mas eu também não queria simplesmente encerrar o treino e pronto - afinal, esse horário das 20h30m às 22h30m é meu único disponível para estudar piano, então, preciso aproveitá-lo da melhor forma possível. Sendo assim, fui atrás de algo novo e revigorante - aí achei essa peça de Ernesto Nazareth, "Favorito", num estilo conhecido como "tango brasileiro", bastante comum nos anos 1930.
Quando pus a partitura no lugar dela, pensei comigo: "vou tentar essa peça, se não der, paciência - vou lá refrescar a cabeça, depois vejo o que faço". Aí, sendo peça nova, decidi estudar uma mão de cada vez, depois as duas juntas, tudo devagar. Enfim, o tempo passou, aumentei o andamento, as mãos se encaixaram e... Em pouco mais de uma hora, já aprendi a peça. Claro, ainda falta ajeitar muita coisa, mas já deu para ter uma boa parte do feeling da música.
Ah, era isso que faltava: feeling. Sensação, ritmo, balanço, "sujeira"; a gente que estuda piano sempre tende a ser muito "reto" e técnico, e isso muitas vezes acaba se tornando sacrificante. Essa música chegou para mostrar que é possível levar a sério o estudo de piano sem perder o feeling.
Resultado: agora a tendência é eu encontrar mais peças prazerosas e desafiadoras ao mesmo tempo, assim como essa. E tem várias por aí...

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