O palco é a grande vitrine dos artistas. É por ele que o público vê, na forma de show, todo o trabalho desenvolvido pelos mesmos durante um bom tempo. E é de palco em palco que os artistas vivem boa parte de suas vidas. Não importa em que ponto do planeta estamos, em algum lugar haverá um palco - ou qualquer área que possa ser usada como tal.
Veja bem: um palco é um palco em qualquer lugar do mundo, seja em Porto Alegre, em São Paulo, no Rio de Janeiro, nos EUA, na Inglaterra, na Austrália, no Japão etc.. É onde os músicos atuam.
Por algum motivo, quando se trata de artistas locais, em especial aqui no Estado onde moro (RS), alguns deles, embora façam muito sucesso por aqui, não conseguem repetir o mesmo sucesso lá fora - e uma razão principal é o medo. Acreditam? Pois é. Existe aquela neura de que "não somos bons o suficiente", como se as pessoas de lá formassem uma espécie de comissão julgadora, avaliando cada movimento dos artistas - o que está completamente longe da verdade. Tanto lá fora como aqui, o que o público quer é dançar, se divertir e curtir a música. Isso vale para qualquer lugar.
Dito isto, venho aqui contar uma breve história que presenciei enquanto fui membro de uma certa banda (cujo nome não revelarei por motivos de privacidade). Não tenho muitas lembranças do que aconteceu, então, talvez a narrativa não seja muito exata, mas a coisa foi mais ou menos assim:
Dito isto, venho aqui contar uma breve história que presenciei enquanto fui membro de uma certa banda (cujo nome não revelarei por motivos de privacidade). Não tenho muitas lembranças do que aconteceu, então, talvez a narrativa não seja muito exata, mas a coisa foi mais ou menos assim:
Num certo dia, em 2019, participei de um show privado com essa banda, durante o que parecia ser uma festa de aniversário ou casamento. Foi tudo muito legal, o público aplaudiu bastante - e, após o show, o baterista, dono da banda, chamou todos os então membros para uma reunião do lado de fora do salão. O motivo: a banda havia recebido um convite para tocar numa festa em São Paulo! Bacana, né?
Quando ele falou isso, fiquei extasiado: pôxa, era a primeira vez que eu pisaria em território paulista! A vocalista na época também se empolgou muito. Conversa vai, conversa vem, e, no final da reunião, já tinha tudo mais ou menos acertado: quando seria a viagem, quanto seria o cachê, onde a banda se hospedaria etc.. Tudo às mil maravilhas - não fosse dois outros membros da banda mostrarem objeções.
Quando perguntados por que eles não gostariam que a banda fosse para São Paulo, a resposta foi nesse tom: "porque precisa treinar muito mais", "porque lá o público é muito mais exigente", "porque tenho medo" etc.. Tentei explicar para eles que um show em São Paulo é o mesmo que um show em Porto Alegre, na Nova Zelândia, na Polinésia etc.: chegar lá, montar o equipamento, passar o som e se apresentar. Eu disse para eles pararem com essa neura infundada de um julgamento inexistente - show é show em qualquer lugar da Terra, tem plateia, palco, sistema de som e os artistas tocando. Para mim, seria a mesma coisa, só "um pouco" mais longe (uns 1.450km). Mas não adiantou nada, esses dois membros continuaram negando essa baita oportunidade - por puro medo.
Tudo o que aconteceu naquela noite me fez pensar que muitas pessoas, quando percebem que o projeto no qual estão trabalhando começa a entrar numa curva ascendente de crescimento, morrem de medo de deixarem suas zonas de conforto, e então ficam estagnadas - o que, em geral, atrapalha o próprio crescimento do projeto. Isso vale não apenas no meio musical, mas em tudo na vida.
Tempos depois, já fora da tal banda (pedi para sair porque eu já tinha muito trabalho com quatro outras - não teria como conciliar tudo), fiquei sabendo que a mesma mudou de formação. Em tempo: a banda existe até hoje.
Para terminar: se você artista percebe que está fazendo sucesso em sua região, que as pessoas curtem seu trabalho, que pagam para ver seus shows, e que de repente surge uma oportunidade de mostrar trabalho fora daí, seja em outra cidade, Estado ou mesmo país... SE JOGA! Vai com tudo! É hora de crescer. Não deixe o medo e a estagnação tomarem conta de seu corpo e sua mente. Cedo ou tarde você perceberá que o mundo é sua casa, e, se hoje há aqueles que fazem pouco caso do seu trabalho, pode crer que, num futuro não muito distante, esses mesmos estarão lhe aplaudindo de pé. AVANTE!
Afinal, palco é palco, não interessa onde. Vai lá e manda ver!
"Subi nesse palco..."
ResponderExcluirSempre 🎵🎶
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