Lições de um ensaio

Hoje teve ensaio com a banda Mary & The Dudes - e que lições posso tirar do mesmo?
Primeira: de nada adianta ter o melhor dos teclados se as programações estiverem com os volumes errados. Nos ensaios anteriores, muito acontecia de eu encostar o dedo no volume de um dos teclados (Casio MZ-X500) e ele literalmente "berrar" no meio da banda - quando o certo é ele se somar à sonoridade geral, respeitando os espaços dos demais instrumentos. Fui ver os volumes de cada programação e ali vi o problema: estavam todos em 127. Eu achava que assim dava mais destaque, mas isso não é verdade - jogando tudo em 127, eu tirava espaço dos trigger pads, dos timbres da mão esquerda (Split) etc.. Solução: ajustar tudo por volta de 64-70, com o som de órgão um pouquinho mais alto (algo entre 85 e 95), e mantendo os timbres da mão esquerda em 127. Isso fez o instrumento soar bem melhor que antes, e também fez os samples dos trigger pads aparecerem mais.
Segunda: edição é tudo. Dias antes, entrei no editor de timbres de outro teclado (Casio WK-6600) e aprimorei dois sons, de piano acústico e eletromecânico (tipo Fender Rhodes). Os timbres originais eram bons, mas senti ser possível melhorá-los ainda mais - e foi o que fiz. Hoje levei esse teclado para o ensaio e lá usei ambos os timbres editados. Eles soaram maravilhosos no meio da banda - e esse é um daqueles teclados que se acha por cerca de R$2.000,00 por aí... Antes do próximo ensaio ainda quero editar mais uns 3 ou 4 timbres dele, tornando-o bastante customizado, com o som do jeito que quero.
Terceira: dá para chegar o mais próximo possível da sonoridade real das músicas sem ter que gastar fortunas em instrumentos super caros. Há tempos atrás, no Instagram, cheguei a dizer que "estava mais do que na hora de eu migrar para instrumentos top de linha"; mas, graças ao resultado sonoro do ensaio de hoje, essa afirmação caiu por terra. Volumes corretos; edição dos timbres; boa equalização; tudo derrubou de vez a ânsia de chegar aos teclados cujos preços estão na casa dos cinco dígitos.
Afinal, ser tecladista profissional não é sobre correr atrás dos melhores instrumentos. Muito acima disso, é sobre saber extrair o melhor som possível do(s) instrumento(s) que já se tem.

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