Essa
noite tive o compromisso musical mais importante da minha vida. Não,
não era nenhum grande espetáculo com uma banda famosa, nem havia um
turbilhão de gente na plateia; era eu e um piano. Só. Mas não era apenas
eu e um piano; eram obras atemporais. Criações de certas pessoas,
tipo... Bach, Beethoven, Chopin, Villa-Lobos. Era um evento intimista,
para poucos convidados. Foi o evento que marcou de vez meu retorno ao
piano erudito após tantos e tantos anos.
Confesso que eu estava um
pouco nervoso - afinal, era uma estreia, de certa forma. Digo, uma
reestreia, pois era uma volta. E também acabei cometendo alguns pequenos
erros - o que, em se tratando de uma estreia, é absolutamente normal,
e, convenhamos, seres humanos não são perfeitos. Mas foi uma noite que
me marcou para sempre.
Eu gostaria de agradecer à Casa da Música de Porto Alegre por ter cedido seu auditório para esses pouco mais de 90 minutos de recital; ao professor Eduardo Knob por ter tido toda a paciência com esse aprendiz altamente questionador (!!!); à minha irmã Edileine Bisinella por ter convidado parte da minha família para me assistir; ao fato de
eu *ainda* ter o sangue erudito nas veias, mesmo tendo ficado tanto
tempo sem estudar; à minha mãe, Irma, que sempre me ajudou nas horas
mais difíceis; ao meu saudoso pai, Carlos, que provavelmente deve ter me
visto tocar lá do alto das estrelas; à Yamaha, por ter desenvolvido
esse magnífico piano de 1/4 de cauda presente no auditório; e,
principalmente, ao universo, por ter me presenteado com essa semente
musical, da qual sempre procurei cuidar com todo o esmero possível.
Quando
haverá outro recital? Não sei. Ainda há muito pela frente, novas peças,
novos avanços na técnica pianística, enfim... Tudo o que sei é que o
próximo será um evento maior... Espero...
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