Registro de um período atípico

Essa foto foi tirada antes de um ensaio com uma banda chamada Une-o-Verso em 2016 - banda essa que posteriormente mudou seu nome para Tavahua, depois não sei o que houve. Lembro desse teclado (Yamaha PSR-S650), mas não lembro desse estúdio - nem mesmo de onde ele ficava. Aquele foi o último de três anos (2014-2016) os quais chamo de "período sabático" da minha carreira - sem shows, nem eventos, nem gravações, nem nada muito relevante, apenas alguns ensaios e apresentações ocasionais, estas últimas geralmente sozinho ou, no máximo, com cantor(a). Aliás, esse foi um período muito duro para mim - eu me sentia como se não existisse mais para o mercado musical, o que me levou a vários problemas como depressão, ansiedade, dentre outros. Foi muito difícil...
Naquele tempo, minha carreira andou por uma encruzilhada, na qual ou eu abria mão de tudo e refazia minha vida do zero, mudando radicalmente de ramo, ou eu aceitava continuar, apesar de tudo. Ainda bem que continuei firme e não desisti - tanto que atualmente estou chegando a patamares cada vez mais altos na minha vida musical.
Tirei uma grande lição desse período: não se deve jamais perder a essência, mesmo nas maiores dificuldades. Por mais tentador que fosse pegar atalhos, preferi me manter fiel ao meu caminho, mesmo que cheio de pedras, espinhos e obstáculos. Foi ali que entendi: desistir da música seria trair a mim mesmo. Seria eu abandonar minha própria identidade em nome de garantias. A música é um caminho muitas vezes cruel, mas, se você tiver a cabeça no lugar e não se entregar no primeiro revés, os frutos virão. Os dois grandes segredos da música são paciência e persistência - um dia há de se chegar ao topo.