Numa postagem anterior falei sobre tudo o que se passou em 1996, quando subi no palco daquele evento no Largo dos Estudantes de Osório-RS para tocar por cerca de 35-40 minutos - e como descobri dali em diante que os palcos seriam minha vida. Hoje falarei sobre um passo além: uma apresentação em 2000, a qual considero o marco zero da minha carreira de músico profissional.
Entre o começo de 1996 e o final de 2000 eu ainda estava em idade escolar, entre o final do ensino fundamental e o final do Ensino Médio, e ainda era aluno de piano e teclado. Os estudos eram naturalmente prioridade, já que foi um período de muitas exigências escolares (e quase que fiquei no meio do caminho entre o primeiro e o segundo ano do ensino médio - nem gosto de lembrar...). A parte musical ficou meio que tolhida naquela época, mas nunca deixei de fazer as aulas de piano e teclado, e nunca deixei de comparecer aos ensaios e apresentações dos então Grupo Minueto e Grupo Vocal Em Canto (onde eu era o pianista acompanhador, em plena adolescência). Ainda que a vida escolar estivesse muito tensa, pegando fogo, eu sabia desde cedo que minha existência seria totalmente ao redor de ritmo, harmonia e melodia.
Entre o começo de 1996 e o final de 2000 eu ainda estava em idade escolar, entre o final do ensino fundamental e o final do Ensino Médio, e ainda era aluno de piano e teclado. Os estudos eram naturalmente prioridade, já que foi um período de muitas exigências escolares (e quase que fiquei no meio do caminho entre o primeiro e o segundo ano do ensino médio - nem gosto de lembrar...). A parte musical ficou meio que tolhida naquela época, mas nunca deixei de fazer as aulas de piano e teclado, e nunca deixei de comparecer aos ensaios e apresentações dos então Grupo Minueto e Grupo Vocal Em Canto (onde eu era o pianista acompanhador, em plena adolescência). Ainda que a vida escolar estivesse muito tensa, pegando fogo, eu sabia desde cedo que minha existência seria totalmente ao redor de ritmo, harmonia e melodia.
Enfim, vamos ao que interessa de fato, o que aconteceu comigo em 2000. Naquele ano participei da apresentação de um espetáculo chamado "Musical Saudade", o qual contava a história do samba, no Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre-RS. Esse evento foi no dia 5 de dezembro de 2000 - mas a apresentação foi apenas a última parte de um trabalho infinitamente maior. O espetáculo foi desenvolvido entre 1999 e 2000, com muitos ensaios e muito planejamento. Foi um período no qual fiquei totalmente envolvido na criação do mesmo, que foi idealizado pela professora Renata Flores da Silva - ela idealizou o projeto e eu participei junto, criando partituras de boa parte do repertório do espetáculo, montando todos os arranjos sozinho. Naquele tempo não havia uma banda de apoio - tive que criar tudo, tudo, tudo mesmo, apenas no teclado (um arranjador Technics sx-KN1500, idêntico ao da foto acima); toda a seção rítmica e harmônica, de todo o espetáculo, foi minha. Errar uma nota? Fora de questão, estava tudo programado dentro do roteiro, e se qualquer coisa saísse do lugar, toda a apresentação iria por água abaixo. Comigo também estavam o pianista Rodolfo Daniel Wulfhorst, meu professor de piano na época, que executou um arranjo de "Aquarela do Brasil" em algum ponto no final do espetáculo, e um grupo de percussionistas.
estou lá atrás, tocando o teclado Technics
Agora, por que considero esse espetáculo, do final de 2000, como o marco zero da minha carreira de músico profissional? Por conta de tudo o que passei durante a produção do mesmo: ensaios extenuantes, criação da grande maioria das partituras do repertório, tomada de muitas decisões simultâneas quanto aos arranjos, jornadas que às vezes chegavam a 16 horas diárias de trabalho (se também contar todo o trabalho em casa)... Fora que, paralelamente a tudo isso, eu também estava no terceiro ano do Ensino Médio. Pensa num stress... Mas o mais importante é que, mesmo não tendo tempo nem para respirar direito naquela época, nunca frouxei o nó. A lição que tirei de tudo aquilo foi que, no meio musical, é preciso muita garra para enfrentar o que quer que apareça. Todo o trabalho passado naquele tempo valeu a pena, e carrego muito daquilo comigo até hoje.
Foi nessa data específica que mudei definitivamente meu status de aluno de piano/teclado para músico propriamente dito. Ainda continuei estudando piano por um tempo, pois eu não queria perder a forma e os contatos que eu tinha na época. Aliás, em 2001 conheci pessoalmente a grande pianista brasileira Eudóxia de Barros, durante uma master class, e até tenho uma foto daquele momento:
Foi nessa data específica que mudei definitivamente meu status de aluno de piano/teclado para músico propriamente dito. Ainda continuei estudando piano por um tempo, pois eu não queria perder a forma e os contatos que eu tinha na época. Aliás, em 2001 conheci pessoalmente a grande pianista brasileira Eudóxia de Barros, durante uma master class, e até tenho uma foto daquele momento:
Enfim, esse espetáculo do dia 5 de dezembro de 2000 foi o instante em que escolhi a música não apenas como profissão, mas como o norte da minha vida - o que viria a influenciar minha escolha acadêmica no início de 2002, quando ingressei na faculdade de Música da UFRGS (só terminando muito mais tarde, em janeiro de 2012 - devo falar sobre isso depois).
O "Musical Saudade" voltou ao mesmo palco em meados de 2003, um pouco mais atualizado - e naquele ponto as coisas foram bem mais tranquilas, como boa parte do material já estava pronto, só precisando de pouca coisa mais. Entre 2004 e 2007 surgiram novos espetáculos do tipo, com música, teatro, dança e um roteiro; todos, dali em diante, com banda de apoio, o que me facilitou bastante o trabalho, já que eu não precisava mais concentrar tudo em um teclado. Toda essa experiência com os musicais me renderam vários frutos - o primeiro deles será assunto para uma futura postagem...
O "Musical Saudade" voltou ao mesmo palco em meados de 2003, um pouco mais atualizado - e naquele ponto as coisas foram bem mais tranquilas, como boa parte do material já estava pronto, só precisando de pouca coisa mais. Entre 2004 e 2007 surgiram novos espetáculos do tipo, com música, teatro, dança e um roteiro; todos, dali em diante, com banda de apoio, o que me facilitou bastante o trabalho, já que eu não precisava mais concentrar tudo em um teclado. Toda essa experiência com os musicais me renderam vários frutos - o primeiro deles será assunto para uma futura postagem...
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