Quem acompanha meu trabalho sabe que já faz um bom tempo que costumo compor e arranjar música no meu home studio - aliás, dentre todas as tarefas que exerço como músico, a que mais me agrada é justamente essa, pois há muita fluência criativa. No meu home studio, cada instrumento está em seu devido lugar, enquanto que nos palcos preciso me virar para encontrar o melhor lugar possível sem roubar o espaço dos demais colegas de banda. Resumindo: a parte comercial da minha carreira é com as bandas, enquanto que no home studio a coisa é mais terapêutica, de livre e espontânea expressão, sem pressão por resultados e por cumprimento de prazos.
Acredito que atualmente estou no meu pico criativo, compondo e arranjando bastante, aproveitando os dias livres entre os shows e outros compromissos com as bandas. Nesses três últimos anos (2017-2019) fiz um bocado de trabalhos no meu home studio, o qual vem sempre sendo aprimorado na medida do possível, com acréscimo constante de novos recursos, sejam novos instrumentos, plug-ins, processadores de efeitos, itens em geral. Mas o que poucos sabem é que já faço esse tipo de trabalho musical em casa há muito mais tempo do que se imagina - os primórdios de tudo foram ainda em 2001 ou 2002, não sei com precisão.
Tudo começou no dia em que comprei um pacote da antiga revista CD Expert, que continha um disco com uma DAW básica, ACID Xpress 2.0, e um kit de loops e outros efeitos sonoros para livre uso. Parece que o nome do pacote era "DJ Mania" ou coisa parecida. Claro que foi tudo de brincadeira no começo, montando as primeiras "músicas" com aqueles loops, no melhor estilo "clique e arraste", mas, com o tempo, achei que só usar aquilo ali como recurso sonoro começou a se tornar muito limitador. Assim, comecei montando meus próprios loops, através de gravação e edição de áudio (sim, naquele tempo eu já lidava muito bem com Sound Forge). Depois, percebi que o próprio ACID Xpress 2.0 já não era mais suficiente, aí parti para uma versão mais avançada (Screenblast ACID 4.0) e, posteriormente, passei a usar Cakewalk Pro Audio 9.03 (atualmente uso Rosegarden, QTractor e Audacity, tudo em Linux). Assim, fui percebendo que loops pré-prontos não eram mais para mim, pois faltava a parte expressiva da música, o que só se consegue tocando e cantando mesmo (no meu caso, só tocando, já que não canto). Ao final de 2006 eu já tinha abandonado totalmente os loops, passando a gravar o máximo possível em tempo real - o que é meu padrão atualmente, salvo algumas exceções.
Acredito que atualmente estou no meu pico criativo, compondo e arranjando bastante, aproveitando os dias livres entre os shows e outros compromissos com as bandas. Nesses três últimos anos (2017-2019) fiz um bocado de trabalhos no meu home studio, o qual vem sempre sendo aprimorado na medida do possível, com acréscimo constante de novos recursos, sejam novos instrumentos, plug-ins, processadores de efeitos, itens em geral. Mas o que poucos sabem é que já faço esse tipo de trabalho musical em casa há muito mais tempo do que se imagina - os primórdios de tudo foram ainda em 2001 ou 2002, não sei com precisão.
Tudo começou no dia em que comprei um pacote da antiga revista CD Expert, que continha um disco com uma DAW básica, ACID Xpress 2.0, e um kit de loops e outros efeitos sonoros para livre uso. Parece que o nome do pacote era "DJ Mania" ou coisa parecida. Claro que foi tudo de brincadeira no começo, montando as primeiras "músicas" com aqueles loops, no melhor estilo "clique e arraste", mas, com o tempo, achei que só usar aquilo ali como recurso sonoro começou a se tornar muito limitador. Assim, comecei montando meus próprios loops, através de gravação e edição de áudio (sim, naquele tempo eu já lidava muito bem com Sound Forge). Depois, percebi que o próprio ACID Xpress 2.0 já não era mais suficiente, aí parti para uma versão mais avançada (Screenblast ACID 4.0) e, posteriormente, passei a usar Cakewalk Pro Audio 9.03 (atualmente uso Rosegarden, QTractor e Audacity, tudo em Linux). Assim, fui percebendo que loops pré-prontos não eram mais para mim, pois faltava a parte expressiva da música, o que só se consegue tocando e cantando mesmo (no meu caso, só tocando, já que não canto). Ao final de 2006 eu já tinha abandonado totalmente os loops, passando a gravar o máximo possível em tempo real - o que é meu padrão atualmente, salvo algumas exceções.
Curiosidade: meu atual home studio fica exatamente nessa mesma sala
Desde os tempos do ACID Xpress e dos loops, eu já tinha ao menos um ou dois teclados em casa (a propósito, quanta saudade daquele velho Technics sx-KN1500...). Fui os introduzindo aos poucos no meu trabalho, até que, ao final de 2006, eles se tornaram a ferramenta máxima de composição, me fazendo eliminar de vez qualquer material pré-gravado das minhas criações. A música abaixo, lançada primeiramente no extinto site ACIDplanet e, pouco depois, em março de 2007, no Palco MP3, foi a primeira que fiz de forma 100% natural, sem loops pré-prontos, apenas com instrumentos musicais eletrônicos. Aqui, o áudio foi remasterizado para uma melhor clareza sonora (caso você use Firefox e não consiga ver nada abaixo deste parágrafo, clique no ícone de escudo à esquerda da barra de endereços e desmarque a proteção avançada contra rastreamento):
Não lembro bem dos instrumentos usados, mas tenho quase certeza de que, entre eles, estavam um teclado Yamaha, provavelmente um DGX-305, e um módulo Roland SC-880 (aliás, esses tempos encontrei outro desses no Mercado Livre e nem titubeei, encomendei e já estou com ele aqui). Nessa música, tudo foi gravado em tempo real, inclusive o padrão de bateria, a fim de tornar a música mais "humana" e menos "feita por máquinas".
Infelizmente a música só está disponível em mono devido às limitações técnicas da época - a gravação foi feita num PC antigo, rodando Windows XP e Screenblast ACID 4.0, com dispositivo de áudio onboard e mesa de som analógica conectada ao dispositivo de áudio do PC com o único cabo que eu tinha naquele momento, que era mono, o que impossibilitava qualquer captura de som em mais de um canal. Além do mais, eu ainda não tinha a experiência com mixagem e masterização que tenho hoje, o que comprometeu bastante a qualidade do som, mas de toda forma, o mais importante é que ainda tenho essa composição aqui guardada, doze (ou mais) anos depois. Essa música foi, para mim, o marco zero do que considero meu atual padrão de trabalho no home studio: apenas material original, sem conteúdo pré-gravado (loops e efeitos sonoros prontos da Internet e afins, salvo em casos de real necessidade), e deixando tudo o mais orgânico possível, para mostrar que a música foi feita por uma pessoa, não gerada por computador. Quem ouvir a gravação vai perceber um pouco de não-sincronia entre melodia, acompanhamento e cama harmônica - isso foi proposital, pois eu não queria a música soando como um arquivo .mid, e sim como vários músicos a tocando. Assim é como faço hoje - claro, de um jeito bem mais elaborado do que naquele tempo, mas ainda mantendo a mesma tônica de organicidade.
Em 2017, pouco tempo após a inauguração do meu novo canal no YouTube (em substituição à primeira versão, inaugurada em 2014 e encerrada em 2016 - falarei sobre isso numa futura postagem), eu quis criar um vídeo para essa mesma música. Num primeiro momento pensei em dublar as notas, ouvindo o que toquei dez anos antes e tentando reproduzir nas teclas, mas logo desisti da ideia, pois pensei que dublar seria mentir, então, optei por criar um vídeo alternativo a partir de clipes de um famoso site de material gráfico livre de direitos autorais, o Pexels. Usei como palavra-chave da pesquisa o próprio título da música: "Flying Away" ("voando para sempre"). Logo, inseri clipes de insetos, pássaros, aviões e, lá no final, da Estação Espacial Internacional (ISS). A intenção ali foi representar o voo desde a menor até a maior escala. O vídeo que criei para essa música está logo abaixo:
Infelizmente a música só está disponível em mono devido às limitações técnicas da época - a gravação foi feita num PC antigo, rodando Windows XP e Screenblast ACID 4.0, com dispositivo de áudio onboard e mesa de som analógica conectada ao dispositivo de áudio do PC com o único cabo que eu tinha naquele momento, que era mono, o que impossibilitava qualquer captura de som em mais de um canal. Além do mais, eu ainda não tinha a experiência com mixagem e masterização que tenho hoje, o que comprometeu bastante a qualidade do som, mas de toda forma, o mais importante é que ainda tenho essa composição aqui guardada, doze (ou mais) anos depois. Essa música foi, para mim, o marco zero do que considero meu atual padrão de trabalho no home studio: apenas material original, sem conteúdo pré-gravado (loops e efeitos sonoros prontos da Internet e afins, salvo em casos de real necessidade), e deixando tudo o mais orgânico possível, para mostrar que a música foi feita por uma pessoa, não gerada por computador. Quem ouvir a gravação vai perceber um pouco de não-sincronia entre melodia, acompanhamento e cama harmônica - isso foi proposital, pois eu não queria a música soando como um arquivo .mid, e sim como vários músicos a tocando. Assim é como faço hoje - claro, de um jeito bem mais elaborado do que naquele tempo, mas ainda mantendo a mesma tônica de organicidade.
Em 2017, pouco tempo após a inauguração do meu novo canal no YouTube (em substituição à primeira versão, inaugurada em 2014 e encerrada em 2016 - falarei sobre isso numa futura postagem), eu quis criar um vídeo para essa mesma música. Num primeiro momento pensei em dublar as notas, ouvindo o que toquei dez anos antes e tentando reproduzir nas teclas, mas logo desisti da ideia, pois pensei que dublar seria mentir, então, optei por criar um vídeo alternativo a partir de clipes de um famoso site de material gráfico livre de direitos autorais, o Pexels. Usei como palavra-chave da pesquisa o próprio título da música: "Flying Away" ("voando para sempre"). Logo, inseri clipes de insetos, pássaros, aviões e, lá no final, da Estação Espacial Internacional (ISS). A intenção ali foi representar o voo desde a menor até a maior escala. O vídeo que criei para essa música está logo abaixo:
Como se vê, esse meu trabalho caseiro de composição não é novo, já tem ao menos uns doze anos na versão puramente instrumental (e mais ainda se contar com a época em que eu brincava com o ACID Xpress 2.0 e com os loops), e passou por várias fases, até chegar ao patamar atual. Hoje estou num ponto super avançado de criação musical, mas em essência, o que faço atualmente é o mesmo que venho fazendo desde 2006, só evoluindo as ferramentas e a curva de aprendizado. Quando um compositor descobre seu jeito de trabalhar, a tendência é seguir crescendo e melhorando a partir dali. Mantém-se a essência, mas evolui-se sempre.
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