Venho acompanhando o mercado de instrumentos musicais eletrônicos há muito tempo e, nos últimos anos, os preços subiram demais, chegando ao nível do impraticável. Um instrumento novo que há cerca de três anos custava, digamos, R$4.000,00, hoje não sai por menos de R$20.000,00, e isso torna a compra de instrumentos novos praticamente impossível, a não ser que você seja músico de classe A ou patrocinado.
A alta incontrolável dos preços dos instrumentos novos foi um dos fatores que acabaram de vez com meu problema de GAS (Gear Acquisition Syndrome) - e que também intensificaram minha busca por outras alternativas para obter os mesmos recursos. Não raro, tenho encontrado dentro dos meus atuais instrumentos tudo o que preciso, sem necessidade de gastar o que não tenho apenas por causa de algo que ainda não descobri. E, se for o caso de alguma futura aquisição (o que, devido às minhas recentes descobertas dentro dos meus próprios instrumentos, tem sido muito improvável), o mercado de usados agora será meu principal foco de pesquisa.
Há não muito tempo atrás, aqui neste blog, coloquei uma postagem dando dicas sobre aquisição de instrumentos novos, seminovos ou usados. Se bem me lembro, na parte sobre seminovos/usados chamei a atenção para vários detalhes: ver o instrumento antes, fazer todos os testes, verificar se o mesmo tem procedência legítima (em outras palavras: se não foi roubado), se está em perfeito estado de conservação e funcionamento, se a loja (ou o vendedor particular) tem boa reputação etc.. Sim, isso tudo é muito importante e, caso aconteça de eu realmente precisar comprar um novo instrumento por qualquer motivo (desde que não seja frívolo - não há por que gastar tanto por causa de um timbre específico, por exemplo), todos esses fatores e vários outros serão levados em conta.
Com os instrumentos novos a preços proibitivos, o mercado de usados vem se aquecendo cada vez mais, e muitos tecladistas/pianistas/organistas/afins já conseguiram instrumentos top de linha a preços imbatíveis. Por exemplo: hoje é possível encontrar Yamaha Motif ES 7 por cerca de R$4.500,00; o equivalente moderno dele, Montage 7, não sai por menos de R$20.000,00. Será mesmo que vale a pena pagar tanto por aquilo que pode, de certa forma, ser encontrado num modelo de alguns anos atrás? Só por ser novo? Se eu estivesse na posição de escolher entre um e outro, certamente escolheria o Motif, mesmo sendo mais antigo - afinal, ele também é top, e custa bem menos. Claro, eu primeiro faria uma boa vistoria do instrumento antes de fechar negócio, mas, em todo caso, seria uma senhora economia.
Mas nem só por questões econômicas decidi optar pelo mercado de usados em caso de necessidade de alguma futura aquisição. Há outro fator em jogo, eu diria até mais importante: o ambiental. Ao comprar um instrumento usado bem conservado e em perfeito funcionamento, não apenas prolongo a vida útil do mesmo como também evito tanto desperdício de plástico e componentes eletrônicos quanto a necessidade de se usar ainda mais matéria-prima para fabricação de novos instrumentos e suas embalagens. Recorrer aos instrumentos usados é um ato de amor ao meio ambiente.
Enfim, somando economia e consciência ambiental, posso dizer que o mercado de instrumentos usados, se bem pesquisado, é uma grande alternativa, que vale cada centavo. É possível encontrar raridades e preciosidades que não se consegue mais ver tão facilmente por aí - e isso pode ser um tremendo diferencial no trabalho de qualquer tecladista. O que as grandes lojas do ramo não oferecem, o mercado de usados tem altas chances de oferecer. E isso é ótimo.
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