Compre menos, preserve mais - sobre manutenção do set de instrumentos e preservação ambiental



Há um bom tempo decidi que era hora de pôr fim à GAS (n. do a.: sigla inglesa para Gear Acquisition Syndrome), pelo bem das minhas finanças e da minha saúde mental. E, desde então, tenho tido como meu maior lema a extensão da vida útil dos meus atuais instrumentos, pelo máximo possível de tempo - cuidando bem, eles duram uma eternidade. E mais: também coloquei na cabeça que, em caso de precisar comprar algum instrumento a mais, darei preferência ao mercado de usados, a fim de conseguir acesso a equipamento top de linha (ou o mais próximo possível disso) a preços mais convidativos, mas sempre priorizando alta qualidade e excelente estado de conservação.


Também afirmei que essa decisão ia muito além do caráter meramente econômico - mais importante do que isso, tem caráter ambiental. Pois, ao adquirir um instrumento usado bem conservado, é possível não apenas evitar mais descarte de plástico e outros materiais, além de muito lixo eletrônico, como também diminuir a necessidade de se extrair ainda mais matéria prima e fabricar ainda mais componentes. Comprar um instrumento usado bem conservado é um ato de amor ao planeta.


Além de tudo, ainda coloquei em mente que vale muito mais a pena dar manutenção a um instrumento já existente, mesmo que o serviço aparentemente saia um tanto caro (e, ainda assim, no geral sai bem mais barato que um instrumento novo equivalente), e também fazer uma boa pesquisa de timbres em busca daquilo que pretendo usar no meu trabalho (recorrendo à edição detalhada, se for o caso), a gastar horrores num instrumento novo, correndo o risco de me tornar super endividado, só por causa daquele timbre específico igualzinho ao do CD que o mesmo parece ter. Nessas horas é fundamental ter ao menos algum conhecimento básico de síntese - ADSR, LFO, Cutoff, Resonance etc. - para se chegar ao resultado sonoro desejado sem necessidade de ficar "pelado" por causa disso.


Economia, preservação ambiental, aumento da vida útil dos instrumentos e ter tudo o que preciso à mão - os quatro pilares que, juntos, renovaram minha carreira como tecladista, me tornando muito mais focado no trabalho musical em si do que em gastar dinheiro com equipamento novo sem nenhuma necessidade.
Compre menos, preserve mais.

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